Um helicóptero da AFOCELCA caiu esta quinta-feira em Sobrado, no concelho de Valongo, no Porto. A aeronave estava no combate a um incêndio que deflagrou por volta das 16:05 naquela zona. O SAPO24 apurou que o piloto, um militar de 36 anos, morreu no acidente.
Noel Ferreira era piloto da Força Aérea e pertencia à Esquadra 751, no Montijo, confirmou fonte daquela estrutura militar ao SAPO24. O piloto estava a colaborar com a AFOCELCA, empresa que cede bombeiros especializados à proteção civil e para a qual a vítima trabalhava.
Noel Ferreira era também comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete, em Paredes. Fonte da autarquia de Paredes explicou à Lusa que o piloto assumia a liderança da corporação há cerca de dois anos.
A mesma fonte acrescentou ainda que o comandante residia no Montijo, distrito de Setúbal, e operava aeronaves em vários pontos do país para uma empresa privada.
Em comunicado, o ministério da Administração Interna destaca "a dedicação de Noel Ferreira, ao longo de muitos anos, como comandante de bombeiros e como piloto, ao serviço dos portugueses e da sua segurança".
A AFOCELCA, do grupo The Navigator Company, está ao serviço da Proteção Civil, não estando a aeronave em causa a combater um incêndio numa propriedade da empresa do papel, mas numa zona definida pelas autoridades nacionais, explicou ao SAPO24 fonte oficial da AFOCELCA.
A mesma fonte indica que "as circunstâncias em que ocorreu o acidente estão a ser apuradas pelas autoridades competentes", acrescentando que "expressa o mais profundo pesar à família e amigos da vítima"
As autoridades deram inicialmente conta de que a bordo seguiam seis pessoas, não sabendo na altura o estado de todas elas. Mas o comandante distrital da proteção civil do Porto explicou já à agência Lusa que o piloto era o único tripulante do helicóptero.
“A brigada de operacionais de combate a incêndio estaria fora do helicóptero, teriam ficado em solo”, adiantou Carlos Alves à agência.
Entretanto, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) indicou que já tem uma equipa a caminho do local "para recolha de evidências", disse à Lusa Nelson Oliveira, diretor do GPIAAF.
O responsável explicou que "nem sempre há uma deslocação" ao local pelo Gabinete, mas "atendendo às circunstâncias" do acidente em Valongo, nomeadamente a "aeronave danificada" e a morte do piloto, justifica-se a mobilização de uma equipa.
Este é o segundo incidente com um helicóptero do dispositivo de combate a incêndios em dois dias. Esta quarta-feira, uma outra aeronave caiu quando descolava do Centro de Meios Aéreos na Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra), o que causou um ferido ligeiro.
Com este acidente, contabilizam-se pelo menos cinco desastres com helicópteros de combate a incêndios durante este ano, depois de se terem registado situações em Pampilhosa da Serra (Coimbra), Tomar, distrito de Santarém (Castelo do Bode), na barragem do Beliche, no Algarve, e no Sabugal, distrito da Guarda.
A AFOCELCA é um agrupamento complementar de empresas da ALTRI e da The Navigator Company que com uma estrutura profissional tem por missão apoiar o combate aos incêndios florestais em todo o país.
"A AFOCELCA tem mais de 85% das suas intervenções apoio o combate a incêndios em propriedades particulares que não pertencem nem à ALTRI nem à Navigator, como foi aliás este caso", explica fonte da AFOCELCA.
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