Numa resposta enviada à agência Lusa, o gabinete do secretário de Estado da Administração Interna refere que os helicópteros pesados têm que efetuar uma revisão técnica geral, denominada ‘overhaul’, por terem atingido dez anos de operação e existência.
Segundo o gabinete de Jorge Gomes, esta revisão é determinada pelo fabricante russo dos Kamov e consta das características técnicas das aeronaves, que são obrigadas a efetuá-la como acontece com os automóveis.
Um dos Kamov vai realizar a revisão em fevereiro, estando previsto que fique parado cerca de seis meses.
Para este caso, o secretário de Estado da Administração Interna garante a sua substituição por outra aeronave com “as mesmas características técnicas”, sendo esta substituição da responsabilidade da empresa que detém a operação e manutenção dos Kamov, a Everjets.
Os outros dois helicópteros deviam parar em julho e em setembro, mas tal só vai acontecer a 15 de outubro, depois da época crítica de incêndios florestais.
De acordo com o gabinete de Jorge Gomes, já foi solicitado ao fabricante que estes dois Kamov possam operar “a coberto de uma extensão temporal” e que só façam a revisão técnica a partir de 15 de outubro.
O secretário de Estado da Administração Interna refere que este adiamento não coloca em causa “a integridade e a resposta operacional das aeronaves”.
A revisão técnica destes três helicópteros pesados não tem qualquer custo para o Estado, sendo os encargos suportados pela Everjets no âmbito do contrato em execução, adianta a resposta enviada à Lusa.
Dos seis Kamov que compõem a frota do Estado, apenas três estão atualmente aptos para voar, estando dois inoperacionais e outro acidentado, desde 2012.
O Governo promete para breve uma solução para este helicóptero acidentado, que poderá passar pela “venda, abate ou reparação”.
O Orçamento do Estado para este ano tem previsto uma verba de cerca de 10 milhões de euros para a reparação dos dois helicópteros pesados inoperacionais.
Mas o gabinete do secretário de Estado apenas refere que o tempo de reparação é de cerca de quatro meses, não avançando com qualquer data.
Estes dois Kamov já não integraram o dispositivo de combate a incêndios de 2015 e 2016.
A agência Lusa tentou obter um comentário da Everjets, empresa que desde 2015 é responsável pela manutenção e operação dos Kamov, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.
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