As diligências, disse a fonte, serão retomadas às 15:00 de hoje, podendo as advogados que queiram consultar o processo no Tribunal durante a manhã.
Só a parir das 15:00, disse ainda a fonte judicial, os arguidos dirão se querem ou não prestar declarações.
Os 58 arguidos começaram a ser identificados a partir da meia noite, inicialmente em grupos de oito e depois, cerca das 05:30, foi ouvido o último grupo de 23.
A essa hora já tinham sido identificados também os estrangeiros detidos, dois alemães, um sueco, um inglês e um finlandês, este último a dispensar tradutor, por entender e falar português.
A juíza Maria Antónia Andrade apenas identificou os arguidos, não tendo perguntado se vão ou não prestar declarações.
A identificação tinha que estar concluída até às 07:00 de hoje e esteve inicialmente marcada para as 17:00 de quinta-feira, tendo mais tarde sido adiado para as 20:30, a hora a que apenas deu entrada no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa o processo, remetido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Mais tarde vários advogados disseram aos jornalistas que a identificação dos 58 arguidos tinha começado às 22:00, o que afinal não se verificou, segundo a fonte do tribunal. Os advogados só mais tarde, cerca das 23:30, foram notificados dos factos.
Esta primeira fase de identificação precede o interrogatório, que começa às 15:00.
Ao todo, foram presentes à juíza de instrução Maria Antónia Andrade 58 arguidos, sendo que o 59.º se encontra detido na Alemanha.
Na quarta-feira, a coordenadora da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo Manuela Santos referiu, em conferência de imprensa, que acredita que muitos elementos ficarão em prisão preventiva, dada a gravidade os crimes pelos quais estão indiciados.
No entanto vários advogados disseram ao longo da noite, aos jornalistas, que não há matéria para tal.
Quatro dos 59 elementos dos Hells Angels foram detidos em flagrante por posse de arma de fogo.
O grupo Hells Angels existe em Portugal desde 2002 e, desde então, tem sido monitorizado pela polícia.
Os atos violentos ocorridos em março no Prior Velho, Loures, que envolveram dois grupos rivais de motards, Hells Angels e Red&Gold, e que fez seis feridos, dos quais três graves foi a primeira manifestação mais violenta da organização que levou a PJ a agir.
A operação policial de desmantelamento do grupo também teve em conta a realização, de 19 a 22 julho, do encontro de Motards de Faro, onde poderiam ocorrer novamente confrontos entre os dois grupos.
Segundo a PJ, 58 elementos foram detidos em Portugal e um na Alemanha, através de um mandado de detenção europeu.
(Notícia corrigida às 09h14)
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