Na quarta-feira foram presentes a primeiro interrogatório quatro arguidos, nomeadamente o ex-presidente do conselho de administração da Assembleia da República e ex-deputado do PSD João Moura de Sá, os empresários António Couto e Filipe Marques e o presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo.
Fonte judicial disse à agência Lusa que apenas os dois últimos aceitaram falar perante a Juíza de Instrução Criminal, Ana Cláudia Nogueira, numa sessão que durou quase dez horas, com um intervalo para almoço.
Segundo a mesma fonte, a magistrada autorizou estes dois arguidos a irem dormir a casa, com a condição de voltarem na quinta-feira para ouvir as medidas de coação.
Todos os restantes arguidos regressaram às celas do departamento da PJ do Porto, para a terceira noite de detenção.
A operação "Ajuste Secreto" resultou de uma investigação que durava há um ano e culminou na passada segunda-feira com a detenção de sete pessoas.
Entre os detidos, o nome mais sonante é o do vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Hermínio Loureiro, que também foi secretário de Estado da Juventude e Desporto do Governo PSD chefiado por Santana Lopes e presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (2006-2010).
Hermínio Loureiro foi ainda presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis até dezembro de 2016, quando renunciou ao mandato.
Na mesma operação foram ainda detidos o atual presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Isidro Figueiredo (PSD), e o ex-presidente do conselho de administração da Assembleia da República e ex-deputado do PSD (1995-2002) João Moura de Sá, o presidente da Concelhia do PSD de Oliveira de Azeméis, José Francisco, e três empresários da construção civil.
Os arguidos são suspeitos de crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, peculato e tráfico de influência.
No decurso da operação foram realizadas 31 buscas, designadamente a cinco câmaras municipais (Oliveira de Azeméis, Estarreja, Albergaria-a-Velha, Matosinhos e Gondomar) e cinco clubes de futebol, todos do concelho de Oliveira de Azeméis, com a participação de cerca de 90 elementos da PJ e cinco magistrados do Ministério Público.
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