A análise tem por base os registos de morbilidade realizados pelos médicos de família da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) em dezembro de 2016.

De acordo com este perfil, 21,1% da população da região tem hipertensão, enquanto 17,8% possui alterações do metabolismo lipídico, como é o caso do colesterol.

Em ambos os casos, os valores são inferiores à média nacional, que se situa em 22,2% e em 21,3%, respetivamente. Também quer num caso, quer no outro, as mulheres lideram o número de registos, com 22,6% versus 19,5% na hipertensão e 18,7% contra 16,8% no caso das alterações lipídicas.

Segundo o presidente da ARSLVT, Luís Pisco, os dados revelam que “o desempenho dos profissionais de saúde ao nível da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias crónicas se traduz num impacto positivo no ‘peso’ que a morbilidade tem na população da região”.

No ranking regional, as restantes patologias que ocupam posições cimeiras são as perturbações depressivas, a diabetes e a obesidade, sempre numa proporção menor do que a nível nacional.

As doenças do foro mental estão identificadas em 9,1% da população, enquanto no país os registos ascendem a 10,4%. Por sua vez, 7,1% dos utentes da ARSLVT têm diabetes e obesidade, em relação aos 7,8% e 8% nacionais.

Também nestes casos as mulheres apresentam números mais elevados, especialmente nas perturbações depressivas (13,7% versus 3,9%). A exceção é feita na diabetes, onde há mais homens afetados pela doença (7,6% contra 6,6%).

Em relação às doenças transmissíveis monitorizadas pelos médicos de saúde pública da ARSLVT, há uma tendência decrescente das taxas de incidência da sida, infeção por VIH e tuberculose, “facto positivo para a saúde da região”.

De 2004 a 2016, o número de novos casos de sida desceu de 15,1/100 mil habitantes para 4,2/100 mil habitantes, acompanhando a tendência nacional.

O mesmo aconteceu com a taxa de incidência da infeção por VIH, que no mesmo período de 12 anos desceu de 35,5/100 mil habitantes para 16,1/100 mil habitantes.

Já no caso da tuberculose, os valores passaram de 39,6/100 mil habitantes para 20,6/100 mil habitantes.

Apesar da tendência decrescente, o impacto destas patologias continua a ser importante na região, dado que os números são superiores à média nacional: 4,2 (por 100 mil habitantes) contra 2,6 no caso da sida,16 contra 10,1 no que toca à infeção por VIH e 20,6 contra 17,7 no que toca à tuberculose.

O Perfil Regional de Saúde é um documento formulado pelo Departamento de Saúde Pública da ARSLVT, que assim se assume como Observatório Regional de Saúde Pública.