“No seguimento da contínua e intensa situação de violência em Hong Kong, a UE continua a defender o diálogo e a contenção das tensões como o único caminho a seguir”, declarou a porta-voz da diplomacia europeia, Maja Kocijancic.
Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, a responsável observou que “já foram dados passos” com vista a esta solução, “mas mais são necessários para restaurar a confiança” nas instituições em Hong Kong.
“Mais de três meses após o início dos protestos, devem continuar a ser preservados os direitos de reunião e de manifestação pacífica”, vincou Maja Kocijancic.
As declarações foram prestadas no Dia Nacional da China e no dia em que um jovem manifestante foi atingido no peito por uma bala disparada pela polícia de Hong Kong, segundo a imprensa local.
O incidente ocorreu em Tsuen Wan e o estudante foi transportado para o hospital para ser alvo de cirurgia, num dia em que se registaram dezenas de feridos e mais de meia centena de detenções, numa cidade onde é possível observar pequenos incêndios e um cenário de destruição do espaço publico e em alguns edifícios associados ao regime chinês.
Apesar de a polícia ter proibido manifestações no dia nacional da China, multiplicaram-se os apelos para que a população de Hong Kong saísse de novo à rua para exigir reformas democráticas no território.
O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
A transferência da soberania de Hong Kong para a República Popular da China, em 1997, decorreu sob o princípio "um país, dois sistemas".
Tal como acontece com Macau, para aquela região administrativa especial chinesa foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.
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