Xi Jinping elogiou Carrie Lam por respeitar a fórmula “um país, dois sistemas” e pela sua “coragem e compromisso” durante um “período excecional” para Hong Kong.
Lam reuniu em Pequim com Xi Jinping e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na sua primeira visita à capital chinesa desde que os candidatos pró-democracia venceram as eleições para os conselhos distritais em Hong Kong, no mês passado, refletindo o descontentamento popular com a sua governação e o amplo apoio aos protestos que há seis meses abalam o território.
Hong Kong foi “assombrada pela agitação social”, disse Lam, após os encontros, em conferência de imprensa, acrescentando que os líderes chineses consideraram que a situação atual “não tem precedente”.
“Dada a gravidade da situação e as dificuldades que enfrentamos, posso dizer que os líderes apreciam plenamente os esforços necessários”, disse.
“Mas sabemos que o nosso trabalho para impedir a violência não terminou. Ainda não estamos fora da crise”, assumiu.
À semelhança de Macau, para a antiga colónia britânica foi acordado um período de 50 anos após a transferência da soberania para a China, mantendo um elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial.
Mas a região é desde junho palco de manifestações, iniciadas por um projeto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental, e, entretanto, retirado, mas que se transformou num movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território.
Os protestos têm assumido contornos cada vez mais violentos, com atos de vandalismo e confrontos com as forças de segurança.
Na noite de domingo, manifestantes atiraram tijolos contra a polícia, que respondeu com disparos de gás lacrimogéneo. Segundo as autoridades, os manifestantes incendiaram barricadas, bloquearam estradas e partiram semáforos com martelos.
A violência e os confrontos em vários centros comerciais da região, no domingo, onde a polícia usou ainda gás pimenta e fez várias detenções, terminaram uma pausa de duas semanas nos confrontos entre polícia e manifestantes.
Os manifestantes acusam a polícia de brutalidade policial e exigem um inquérito independente à sua atuação.
Lam voltou hoje a rejeitar aquela exigência fundamental do movimento. Um conselho de supervisão sob a atuação da polícia que está a investigar a atuação das forças de segurança deve ter “espaço e tempo” para concluir o seu relatório no início do próximo ano, defendeu.
Um grupo de especialistas internacionais abandonou o conselho, na semana passada, devido às preocupações de que o órgão carece de capacidade e independência. O conselho não tem poderes para solicitar documentos ou convocar testemunhas.
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