Na sexta-feira, a bolsa de Lisboa fechou a cair 4,75%, para 6.635,79 pontos, com a EDP Renováveis e o BCP a registarem perdas superiores a 9%, num dia de fortes quedas na Europa, devido às tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As ações asiáticas abriram hoje também em forte queda, dando seguimento ao colapso de sexta-feira em Wall Street devido à imposição de tarifas por Donald Trump, e à reação de Pequim.

Os mercados de futuros nos EUA também fecharam no vermelho, com o S&P 500 a perdeu 4,2%, enquanto o Dow Jones Industrial Average caiu 3,5%. O índice Nasdaq perdeu 5,3%.

As negociações em Tóquio abriram em queda expressiva, com o Nikkei, o principal índice da bolsa nipónica, a perder quase 8%, logo após a abertura do mercado. Uma hora mais tarde, estava a cair 7,1%, para 31 375,71. O segundo índice nipónico, o Topix, também abriu a perder 8,64% no início da sessão.

O Kospi da Coreia do Sul abriu a perder 5,5% para 2.328,52, enquanto o S&P/ASX 200 da Austrália começou as negociações a cair 6,3% para 7.184,70.

O índice de referência da Bolsa de Taipé, o Taiex, poucos minutos após a abertura, caiu 9,8%, perdendo 2.054 pontos, para 19.243, com a empresa tecnológica Hon Hai (Foxconn), o maior fabricante mundial de produtos eletrónicos, e a gigante taiwanesa TSMC, que domina o mercado mundial de fundição de chips, a registarem também perdas próximas dos 10%.

De igual modo, os preços do petróleo continuaram em plano descendente, com o preço de referência do petróleo dos EUA a cair 4%, ou 2,50 dólares, para 59,49 dólares por barril. O petróleo Brent, o padrão internacional, cedeu 2,25 dólares para 63,33 dólares por barril.

O mercado monetário também registou grandes movimentos, com o dólar americano a cair para 145,98 ienes japoneses, de 146,94 ienes, sendo que iene é muitas vezes visto como um porto seguro em tempos de turbulência. O euro subiu de 1,0962 dólares para 1,0967 dólares.

Na sexta-feira, no pior registo desde a Covid-19, Wall Street fechou com o S&P 500 a cair 6% e o Dow 5,5%. O Nasdaq composto caiu 5,8%.

As perdas aceleraram depois de a China ter igualado o grande aumento dos direitos aduaneiros anunciado por Trump na quarta-feira da semana passada, fazendo subir a parada numa guerra comercial que poderá terminar com uma recessão da economia mundial.

Mesmo um relatório melhor do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgado na sexta-feira, que normalmente se assume como o destaque económico de cada mês, não foi suficiente para suster a queda dos mercados. Todas as ações das 500 empresas do índice S&P 500, exceto 14, caíram na sexta-feira.

A resposta da China às tarifas norte-americanas provocou uma aceleração imediata das perdas nos mercados mundiais. O Ministério do Comércio de Pequim anunciou que irá responder às tarifas de 34% impostas pelos EUA sobre as importações da China com a sua própria tarifa de 34% sobre as importações de todos os produtos norte-americanos a partir de 10 de abril, entre outras medidas.

Os Estados Unidos e a China são as duas maiores economias do mundo.

Trump anunciou na quarta-feira que vai impor tarifas a países de todo o mundo. Sobre as taxas, o Presidente dos EUA disse que “vão trazer um crescimento como nunca se viu” e “mais rápido do que se pensa”.

No caso da UE, Trump referiu que a tarifa será de 20%, uma vez que, segundo explicou, o bloco europeu tributa os produtos norte-americanos em 39%, em média, enquanto a Coreia do Sul, por exemplo, os tributa em quase 50%, em média. As tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos sul-coreanos serão de 26%.