Segundo o Relatório Social do Ministério da Saúde e do SNS hoje divulgado, o trabalho suplementar de enfermagem teve um aumento de 27% em 2018 face ao ano anterior.

O próprio documento justifica o aumento com a alteração do regime das 40 para as 35 horas semanais nos trabalhadores com contrato individual de trabalho.

“O reflexo não pôde deixar de sentir-se, particularmente, no contexto hospitalar, na medida em que, envolvendo a prestação de trabalho destes profissionais a modalidade de turnos, em regime de laboração contínua, uma parte das horas de trabalho perdidas teve de ser compensada com recurso à realização de trabalho suplementar”, refere o documento.

Em termos globais de todas os grupos profissionais, no ano passado registou-se um aumento de 11% das horas suplementares de trabalho, atingindo mais de 13 milhões de horas suplementares.

Os enfermeiros realizaram no ano passado mais de 3,2 milhões de horas extraordinárias, quando em 2017 se tinham ficado pelas 2,5 milhões.

O volume de trabalho suplementar feito pelos enfermeiros no ano passado corresponde a uma média de 115 horas extra por enfermeiro.

Também as horas suplementares feitas pelos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica registaram um aumento significativo, por motivos semelhantes aos dos enfermeiros.

Quanto aos médicos, fizeram no ano passado cerca de 5,7 milhões de horas suplementares, o que dá uma média de 303 horas por cada médico que fez trabalho suplementar.

As contas do Ministério da Saúde indicam que mais de 60% dos médicos do SNS fez no ano passado trabalho suplementar, incluindo nestas contas os médicos internos, ainda em formação de especialidade.

Em termos de evolução, o número de horas extraordinárias praticadas pelos médicos do SNS teve um aumento de 2% em relação ao 2017.