A candidatura para obter cofinanciamento comunitário para a compra de um equipamento de ressonância magnética para o hospital de Beja foi "recentemente aprovada", disse hoje à agência Lusa a presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), Conceição Margalha.
Desta forma, o financiamento necessário para comprar o equipamento está "garantido" em 85% por fundos comunitários, através do programa Portugal 2020, sendo os restantes 15% assegurados por verbas da ULSBA, que gere o hospital de Beja, precisou.
A ULSBA vai preparar e depois lançar o concurso público para a compra do equipamento, disse, referindo que a "previsão" é de que seja comprado e instalado "durante o ano de 2020" e comece a funcionar "em 2021", quando "Beja deixará de ser o único distrito do país sem ressonância magnética".
"É uma necessidade sentida há muito tempo", porque, atualmente, "Beja é o único distrito do país onde não existe qualquer equipamento" para realização de exames de ressonância magnética, nem nos dois hospitais, o de Beja, gerido pela ULSBA, e o de Serpa, gerido pela misericórdia, nem em entidades privadas de radiologia.
Segundo Conceição Margalha, o exame de ressonância magnética é "muito importante em muitas patologias" e a falta do equipamento "obriga" a ULSBA a requisitar a realização de exames em entidades privadas convencionadas com o Serviço Nacional de Saúde situadas fora do distrito de Beja, sobretudo em Évora e Lisboa.
A situação "afeta a operacionalidade" dos serviços e o orçamento da ULSBA e causa "transtornos" aos utentes, lamentou.
Quando os exames são feitos fora do hospital, noutras entidades, "há sempre algum atraso" na obtenção de resultados e informações necessárias para se poderem fazer diagnósticos e tratamentos de utentes, explicou.
Por outro lado, o hospital de Beja, por não ter equipamento de ressonância magnética no serviço de imagiologia, "perdeu a idoneidade formativa" e não pode receber internos para realizarem o internato médico na especialidade de radiologia.
A situação também implica que utentes tenham de percorrer "grandes deslocações" para realizarem exames de ressonância magnética e de, "no mínimo, 80 quilómetros até ao local mais próximo, em Évora", ou de quase 200 quilómetros até Lisboa.
O que acarreta custos em transportes para a maioria dos utentes ou para a ULSBA nos casos de doentes internados, que são transportados em ambulância por bombeiros, ou de utentes em ambulatório que têm carência económica.
De acordo com Conceição Margalha, em 2018, a ULSBA requisitou a entidades privadas convencionadas 2.083 exames de ressonância magnética, que custaram um total de 384.250 euros.
No primeiro semestre deste ano, foram requisitados pela ULSBA a entidades privadas convencionadas 675 exames de ressonância magnética, que custaram 195.719 euros.
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