De preto, equipados e armados, cerca de dezena e meia de formandos concluíram hoje, com a simulação de uma operação de busca e desarme de um indivíduo armado, um curso ministrado por cinco instrutores portugueses ao longo de 14 semanas.

Diogo Chiote, tenente destacado no Grupo de Intervenção e Operações Especiais (GIOE) da Unidade de Intervenção da GNR, explicou à Lusa que o curso se inseriu num programa mais amplo de cooperação entre o corpo português e a Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL).

“Houve a necessidade de dar formação para a criação da secção antiterrorista que era uma valência que estava em falta aqui no país. Visto que a GNR, através do GIOE, possui essa valência e experiência necessárias e os instrutores adequados, foi decidido avançar com o curso em Timor”, explicou.

“O facto de Timor ser considerado um país em que a probabilidade de acontecer um incidente terrorista é baixa não quer dizer que não tenha que ter essa valência. Por isso se decidiu criar uma força que esteja preparada para intervir e reagir”, sublinhou.

Com 17 instruendos, o curso destina-se a elementos da Companhia de Operações Especiais da Unidade Especial de Polícia, que passam agora a constituir a primeira Secção Antiterrorista da PNTL.

O curso esteve dividido em duas partes, a primeira de oito semanas e que decorreu em Portugal, onde os timorenses aprenderam “táticas e técnicas base de intervenção tático-policial em situações de contraterrorismo ou outros incidentes graves que se revistam de especial complexidade ou risco”, segundo explica uma nota enviada à Lusa.

A segunda parte, de seis semanas em Díli, pretende adaptar as técnicas e táticas adquiridas à realidade do terreno, da ameaça e dos cenários de Timor-Leste.

O objetivo foi, explicou Chiote, estudar como aplicar no terreno em Timor-Leste as técnicas aprendidas em Portugal, dando como exemplo uma ação para travar um terrorista ou um indivíduo violento num autocarro.

“Aqui os autocarros aqui são completamente diferentes, há microletes (carrinhas de transporte público existentes em Timor-Leste) aqui, o espaço é diferente e o trabalho a desempenhar é diferente”, disse.

“Seria bom dar continuidade ao curso já que o curso apenas forma elementos. Há que continuar a sua preparação, mais treinos, levar a cabo um programa rígido de treino, estudo e planeamento que em Timor-Leste ainda não está a ser implementado”, frisou.

A cerimónia de entrega de diplomas que assinala o fim do curso decorre na quinta-feira na Unidade Especial de Polícia (UEP) em Díli.