A estrutura, que já está a ser utilizada por pessoas com resultados negativos nos testes mas que ainda não podem ir para casa, terá agora uma “qualificação diferente”, passando a acolher também doentes cujos testes ainda são positivos, disse o coordenador regional do combate à pandemia, Jorge Botelho.

O equipamento está em fase de instalação e deverá entrar em funcionamento “nos próximos dias”, estimou o secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, durante a conferência de imprensa quinzenal da Comissão Distrital de Proteção Civil do Algarve.

“Nos próximos meses essa será a estrutura residencial de retaguarda para doentes covid que já não necessitem de cuidados hospitalares, mas que não têm condições nem de ir para casa, nem para ir para as ERPI [estruturas residenciais para pessoas idosas] porque não têm critério, isto é, ainda estão positivos”, sublinhou.

A nova estrutura, criada ao abrigo de um diploma que prevê a instalação de uma rede de estruturas de apoio de retaguarda em todo o país, contribuirá para aliviar a sobrecarga no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), no sentido de tentar “evitar que a atividade programada possa ser afetada”.

Segundo Jorge Botelho, podem também ser acolhidas “aquelas pessoas que, estando no hospital e estando positivos – havendo falta de vagas e sem critério para estar em cuidados mais intensivos -, possam ser deslocados também pelo hospital para essa estrutura”.

Segundo o também coordenador regional do combate à covid-19, neste momento está a decorrer a contratação de pessoal por parte da Segurança Social e a constituição das equipas.

A parte médica e de enfermagem é assegurada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, a direção técnica e assistência operacional pela Segurança Social, e a parte logística pela Proteção Civil Distrital.

O Governo publicou em Diário da República na passada sexta-feira um despacho que cria uma rede de estruturas de apoio de retaguarda para pessoas com covid-19 sem necessidade de internamento hospitalar e para utentes de lares que precisem de apoio fora das instalações.

Segundo um comunicado do Ministério da Administração Interna (MAI), cabe a cada Administração Regional de Saúde, em articulação com o hospital da área de referência, disponibilizar médicos e enfermeiros para acompanhar as pessoas instaladas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil vai suportar, sempre que necessário, “as despesas relativas a alimentação, eletricidade, gás, água, telecomunicações, lavandaria, limpeza e higienização das instalações das EAR”, e acompanha a atividade das estruturas, a sua ocupação e eventuais constrangimentos que possam ocorrer, referiu o MAI.

O Governo anunciou na quinta-feira uma atualização da lista dos concelhos com risco elevado de contágio, que passam para 191 na segunda-feira, entre os quais mais sete do Algarve – Faro, Albufeira, Portimão, Lagos, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António, que se juntam a São Brás de Alportel.