O ‘drone’ marítimo foi lançado poucas horas depois de Washington e de um conjunto de países aliados terem emitido um “último aviso” aos rebeldes iemenitas apoiados pelo Irão para cessarem com os ataques, pois, caso contrário, irão enfrentar potenciais ações militares.
Segundo o vice-almirante Brad Cooper, chefe das operações da Marinha dos Estados Unidos no Médio Oriente, foi a primeira vez que os Huthis utilizaram uma embarcação de superfície não tripulada (ou USV), desde que começaram os ataques e sequestros de navios comerciais no Mar Vermelho, na sequência da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.
Os rebeldes xiitas Huthis já tinham utilizado este tipo de equipamento armado em ocasiões anteriores.
Fabian Hinz, especialista em mísseis e investigador do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, afirmou que os USV são uma parte fundamental do arsenal marítimo dos Huthis e foram utilizados em batalhas anteriores contra as forças da coligação saudita que intervieram na guerra do Iémen.
Hinz sublinhou que têm sido regularmente utilizados como “‘drones’ suicidas” que explodem na altura do impacto.
A maioria dos USV dos Huthis é provavelmente montada no Iémen, mas muitas vezes equipados com componentes fabricados no Irão, tais como sistemas de orientação computorizados, acrescentou o especialista.
O local deste último ataque está ainda por identificar, mas o vice-almirante Brad Cooper disse que ocorreu em rotas marítimas internacionais.
Desde o final de outubro, os Huthis lançaram dezenas de ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) de ataque unidirecional e mísseis contra navios comerciais que transitam pelo Mar Vermelho.
Os navios de guerra da Marinha norte-americana também intercetaram mísseis balísticos que, segundo o Pentágono (Departamento da Defesa), se dirigiam para Israel.
A este propósito, Cooper disse que 61 mísseis e ‘drones’ foram abatidos por navios de guerra dos Estados Unidos.
Em resposta aos ataques dos Huthis, o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, anunciou em dezembro a Operação Prosperity Guardian, com os Estados Unidos e outros países a enviarem navios adicionais para o sul do Mar Vermelho para fornecer proteção aos navios comerciais que passam pelo estratégico Estreito de Bab el-Mandeb.
Cooper disse que 1.500 navios comerciais puderam transitar com segurança desde que a operação foi lançada, a 18 de dezembro.
No entanto, os Huthis continuaram a lançar mísseis e a atacar com ‘drones’, levando Washington e 12 países aliados a emitir na quarta-feira “um aviso final” aos rebeldes iemenitas.
Cooper disse que a Operação Prosperity Guardian era apenas de natureza defensiva e separada de qualquer ação militar que os Estados Unidos possam levar a cabo se os ataques Huthis persistirem.
Os Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Japão estão a fornecer a maior parte dos navios de guerra, e a Grécia e a Dinamarca também fornecerão embarcações, concluiu Cooper.
O “aviso” dos Estados Unidos e aliados levaram os Huthis a considerar hoje, num comunicado divulgado em Saná, que se trata de uma “grave ameaça” à navegação no Mar Vermelho.
“A formação de uma aliança norte-americana para proteger os navios israelitas representa uma séria ameaça à segurança da navegação internacional no Mar Vermelho, e os envolvidos devem suportar as consequências da sua perigosa e irresponsável escalada”, afirmou o gabinete político do grupo rebelde.
“Os Estados Unidos e os seus aliados maléficos devem compreender que a sua aliança maliciosa não impedirá o Iémen de continuar a apoiar Gaza através de operações militares que visam navios israelitas ou que se dirigem a portos palestinianos ocupados”, acrescentou a mesma nota.
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