A União Europeia e o Reino Unido vão prosseguir as negociações em busca de um acordo sobre as relações futuras no pós-Brexit.
No dia apontado como a data-limite para decidir se havia ou não condições para um acordo, Ursula von der Leyen e Boris Johnson decidiram fazer (mais) um “esforço adicional”.
Depois de uma conversa telefónica entre o primeiro-ministro britânico e a presidente da Comissão Europeia esta manhã, as duas partes chegaram a acordo e decidiram prolongar as negociações iniciadas em março. Três dossiês têm impedido que as partes fechem um acordo: pescas, questões de concorrência e resolução de litígios.
Apesar do novo prolongamento, as negociações não podem esticar-se por mais de alguns dias, já que um eventual acordo tem de ser ainda ratificado – designadamente pelo Parlamento Europeu – antes de entrar em vigor, a 1 de janeiro de 2021.
A probabilidade de não haver acordo (‘no-deal’) é agora maior do que a de se chegar a um consenso. O primeiro-ministro britânico Boris Johnson disse-o na quinta-feira (10) e repetiu-o hoje.
“Tenho de insistir que o desfecho mais provável nesta altura é, claro, que tenhamos de nos preparar para os termos da Organização Mundial do Comércio [OMC]. Tanto quanto vejo, há algumas questões muito importantes e muito difíceis que atualmente separam o Reino Unido da UE, e o melhor que todos temos a fazer é prepararmo-nos para relações comerciais nos termos da OMC”, disse Boris Johnson à estação televisiva britânica BBC.
Na ausência de um acordo, as relações económicas e comerciais entre o Reino Unido e a UE passam a ser regidas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com a aplicação de taxas aduaneiras e quotas de importação, para além de mais controlos alfandegários e regulatórios.
Com ou sem acordo, uma coisa é certa: o novo ano trará mudanças no que toca à liberdade de circulação para fazer turismo, trabalhar ou estudar no Reino Unido.
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