Protagonizado por três bandas sinfónicas e uma orquestra clássica, todas elas do concelho de Espinho, o espetáculo conta com a colaboração do Grupo Solverde, que cedeu para o efeito o antigo cinema do Casino de Espinho, e envolve ainda a parceria da Cruz Vermelha Portuguesa, que assumirá o transporte dos bens angariados para Moçambique.
"O objetivo é recolher artigos de primeira necessidade para ajudar as vítimas do Idai, o que passa por alimentos e produtos de higiene", explica à Lusa o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Pinto Moreira.
Os interessados devem deixar o seu donativo no quartel dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho a partir de hoje, ao final do dia, e em troca receberão o convite para o concerto de sábado, cuja lotação é de 340 lugares sentados.
A vereadora Lurdes Ganicho, que detém o pelouro da Ação Social na autarquia, especificou que a iniciativa tem como prioridade a recolha de "alimentos enlatados ou secos e também artigos de higiene", como sabonetes, champôs, escovas de dentes, pastas dentífricas, etc.
Quanto ao espetáculo em si, está marcado para as 21:30 e levará ao palco a Banda União Musical Paramense, a Banda Musical de São Tiago de Silvalde, a Tuna Musical de Anta e a orquestra da Escola Profissional de Música de Espinho.
O município de Espinho está geminado com a cidade moçambicana da Beira desde 1999.
O balanço mais recente da passagem do Idai por África é de 761 mortos, dos quais 446 em Moçambique, 259 no Zimbabué e 56 no Maláu.
O ministro moçambicano da Terra e do Ambiente, Celso Correia, sublinhou no domingo, contudo, que esses números ainda são provisórios, porque novos corpos deverão ser detetados nos territórios submersos à medida que o nível da água for descendo.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países referidos, sendo que a área submersa em Moçambique está já estimada por organizações internacionais em cerca de 1.300 quilómetros quadrados.
Só nesse país, situa-se em 531.000 o número de pessoas afetadas e, dessas, 109.000 já deram entrada em centros de acolhimento, sendo 6.500 as que se encontram em situação particularmente vulnerável devido a gravidez ou idade avançada.
Segundo a Organização das Nações Unidas, a cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo Idai, cuja passagem pela região na noite de 14 de março deixou 400.000 pessoas desalojadas devido a ventos de velocidade superior a 170 quilómetros por hora, chuvas fortes e inundações.
Tendo em conta o rasto de destruição deixado pelo ciclone, a Organização Mundial de Saúde está a preparar-se para enfrentar na região prováveis surtos de cólera e outras doenças infecciosas, como é o caso do sarampo.
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