“O Programa Alimentar Mundial (PAM) já iniciou distribuições na Beira e os grupos de apoio à saúde estão a responder junto das instalações médicas afetadas, incluindo no Hospital Central da Beira”, disse a delegação da ONU em Moçambique alertando em particular para a situação das mulheres e crianças.
O comunicado adianta que “segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) a situação pode [fazer] aumentar a mortalidade das mulheres grávidas e recém-nascidos devido à falta de condições de higiene, recursos e dificuldade de acessos”.
As Nações Unidas receiam ainda a existência do risco de virem também a aumentar o número de violações de mulheres.
“As Nações Unidas e os parceiros da ONU apelaram a uma ajuda inicial de 40,8 milhões de dólares (35,4 milhões de euros) para a ajuda de emergência às 400 mil pessoas que, segundo as estimativas, foram afetadas pelo Ciclone Tropical Idai. Este número pode vir a aumentar nos próximos dias assim que começar a ser conhecida a extensão da devastação”, indica o documento.
No comunicado, Marcoluigi Corsi, das Nações Unidas em Moçambique, sublinha sobretudo a situação das populações isoladas pelas cheias.
“Por estrada a cidade da Beira continua inacessível e muitas populações ficaram isoladas devido à subida do nível das águas”, indica.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da "pior crise" do género no país.
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