Intisar al-Hamadi foi detida no dia 20 de fevereiro de 2021 em Sanaa, a capital do Iémen, quando seguia com uma amiga para uma sessão de fotografia.

Em 2022, as duas mulheres foram condenadas em primeira instância a cinco anos de prisão por "fornicação", "prostituição" e "uso de droga", acusações falsas e uma ofensa aos direitos das mulheres, segundo o seu advogado e várias organizações sem fins lucrativos.

Agora, um tribunal do Iémen confirmou a decisão.

"O Tribunal confirmou [este domingo] a condenação em primeira instância a cinco anos de prisão" das duas mulheres, disse o advogado Khaled al-Kamal, que irá recorrer agora ao Supremo Tribunal.

Intisar al-Hamadi "estava otimista e acreditava que a decisão lhe seria favorável", mas tal não aconteceu. "Ao conhecer a sentença, ficou comovida, começou a chorar e gritar", relatou o advogado, que insiste que a sua cliente foi condenada unicamente por causa sua profissão.

A modelo pousava para estilistas locais, frequentemente sem cobrir os cabelos e publicava estas imagens no Instagram e Facebook, onde tem milhares de seguidores.

O Iémen tem sido abalado por uma guerra civil desde 2014, quando rebeldes Huthis apoiados pelo Irão tomaram a capital de Sanaa, forçando o governo internacionalmente reconhecido a fugir para sul e depois para a Arábia Saudita. Desde que assumiram o controlo que os rebeldes Huthis impõem um código rígido às mulheres.