Esta posição foi transmitida por Rui Rocha, no parlamento, pouco depois de ter terminado em São Bento a segunda reunião entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos para a tentativa de um acordo de viabilização da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.
De acordo com Rui Rocha, na “novela” entre PS e Governo, o primeiro-ministro apresentou propostas sobre o IRC e o IRS jovem que “o afastam cada vez mais da necessidade de mudança que o país precisa”.
“É cada vez mais difícil distinguir a contra proposta de hoje do primeiro-ministro de um Orçamento feito por Pedro Nuno Santos. Estamos perante uma clara aproximação da AD ao PS. Desta forma, é muito difícil que Pedro Nuno Santos não viabilize a proposta do Governo de Orçamento. Mas isto é mau para o país”, rematou o líder da Iniciativa Liberal.
Para Rui Rocha, a nova proposta de Luís Montenegro sobre o IRC, ao apenas baixar em um ponto percentual este imposto aplicado às empresas, “tornou a redução [transversal] residual” e “nenhum investidor estrangeiro apostará em Portugal por isso”.
“No IRS jovem, a Iniciativa Liberal entende que a redução do imposto deveria ser para todos. Passamos a ter uma situação em que os jovens pagam menos impostos num país de baixos salários”, concluiu.
Também o porta-voz do Livre, Rui Tavares, falou em “telenovela” para caracterizar a forma como estão a decorrer as negociações entre o PS e o Governo sobre a viabilização do Orçamento, numa declaração em que lamentou que o debate orçamental “esteja a ser superficial”.
“Infelizmente, sobre Orçamento debate-se pouco sobre escolhas. Pela primeira vez desde que está na zona euro, Portugal tem a oportunidade de discutir políticas publicas a sério. Mas o Governo não está a fazer isso e outros partidos também entraram nesse comboio”, criticou.
Pela parte da líder parlamentar do PCP, Paula Santos, PSD e PS “não estão a debater as questões fundamentais que interessam ao povo”.
Numa alusão à questão da descida do IRC, Paula Santos afirmou que se discute “como se vão transferir mais recursos para os grandes grupos económicos”.
Já em relação ao IRS jovem, a presidente do Grupo Parlamentar do PCP considerou que se está num caminho “para aprofundar as injustiças fiscais”.
“O que é preciso á aumentar salários e pensões e investir no reforço do Serviço Nacional de Saúde, mas PSD, PS, IL e Chega não querem discutir isso. Este Orçamento não irá dar resposta aos problemas dos portugueses”, acrescentou.
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