“A Comissão Executiva da Iniciativa Liberal solicitou ao conselho nacional que marque também eleições para a comissão executiva na próxima Convenção Nacional, com o objectivo de se proceder ao alinhamento dos mandatos de todos os órgãos estatutários, contribuindo assim para a eficácia da acção política do partido e para a renovação da moção de estratégia global face ao quadro político saído das últimas eleições legislativas”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.

Segundo o mesmo texto, “João Cotrim Figueiredo comunicou que não será novamente candidato à liderança do partido, dando a oportunidade a uma nova liderança de estar em funções com suficiente antecedência em relação aos próximos atos eleitorais, que terão lugar já a partir do segundo semestre de 2023”.

A VII Convenção Nacional vai realizar-se em dezembro e antes desta antecipação de eleições para a comissão executiva hoje anunciada ia apenas eleger os membros do conselho nacional, do conselho de jurisdição e do conselho de fiscalização uma vez que os calendários estavam desfasados.

"Com cerca de seis mil membros, a Iniciativa Liberal realiza em dezembro a VII Convenção Nacional, órgão máximo do partido. Esta convenção nacional, de carácter electivo, será aberta à participação de todos os membros e irá eleger a nova comissão executiva do partido, aprovar a moção de estratégia global para os próximos dois anos e eleger os membros do conselho nacional, do conselho de jurisdição e do conselho de fiscalização", refere o comunicado do partido.

No mesmo comunicado, o partido considerou "inestimável" o contributo de João Cotrim Figueiredo "para a consolidação e afirmação do projecto liberal em Portugal", tendo contribuído "de forma muito relevante para a comunicação das ideias liberais e para o amadurecimento e crescimento da Iniciativa Liberal".

"Cotrim Figueiredo irá manter-se disponível para reforçar o projeto político do partido naquilo que a nova liderança entenda ser útil", garante.

Na última convenção, em dezembro de 2021, a lista única de João Cotrim Figueiredo à comissão executiva da IL foi eleita com 94% dos votos, sendo assim o presidente reeleito para um novo mandato à frente dos destinos liberais.

Em 08 de dezembro de 2019, na reunião magna em Pombal em que foi eleito para o primeiro mandato, Cotrim Figueiredo, também em candidatura única, recolheu então 96% dos votos na III Convenção Nacional do partido.

Cotrim Figueiredo foi o primeiro deputado eleito da IL, em 2019, então como deputado único, tendo nas eleições legislativas antecipadas deste ano o partido conseguido passar de um para oito deputados, tornando-se na quarta força política.

Cotrim Figueiredo diz que IL precisa de “uma postura distinta” para continuar a crescer

Cotrim Figueiredo explicou hoje que não se vai recandidatar à liderança da Iniciativa Liberal nas eleições antecipadas por entender não ser a pessoa ideal para presidir ao partido que agora precisa “de uma postura distinta” para continuar a crescer.

“Esta decisão, pessoal e politicamente difícil, deve-se ao facto de entender que a estratégia para que o partido continue a crescer deve ser diferente daquela que o fez crescer de forma significativa até agora”, explicou, numa publicação na rede social Twitter, João Cotrim Figueiredo.

Na análise do liberal, “o trabalho de oposição a uma maioria absoluta e o posicionamento dos diversos agentes político-partidários implicam uma postura distinta por parte da Iniciativa Liberal”.

“O Partido precisa de uma tónica mais combativa, mais popular e mais abrangente a nível nacional e considero não ser eu a pessoa ideal para a corporizar”, sustentou.

Para Cotrim Figueiredo, “uma nova liderança trará uma renovada energia e um redobrado sentimento de esperança à Iniciativa Liberal e aos portugueses”, devendo por isso “estar em plenitude de funções com a antecedência suficiente face às batalhas eleitorais que ocorrerão a partir do segundo semestre de 2023”.

Lembrando que com a antecipação das eleições o partido poderá “sincronizar os mandatos de todos os órgãos consagrados nos seus estatutos, o que contribuirá decisivamente para a eficácia da sua ação política”, refere que a decisão “de natureza estritamente individual” de não se recandidatar ao cargo de presidente da Comissão Executiva é feita “três anos à frente de uma equipa que difundiu as ideias liberais, que fez crescer a Iniciativa Liberal e que a tornou incontornável na cena política nacional”.

“Esta decisão baseia-se numa análise política objectiva, tanto do contexto interno como externo, e demonstra a minha convicção de que as ideias liberais falam sempre mais alto do que qualquer protagonista que, num dado momento, possa ser chamado a dar-lhes voz”, enfatizou.