Da agenda do encontro, subordinado ao tema “Novas modalidades e mecanismos para financiar o desenvolvimento económico em África”, fazem partes várias reuniões e sessões de debate, com o dia de hoje a ser preenchido com um evento da Corporação Financeira Internacional sobre o “Desenvolvimento de mercados de títulos de dívida verde e sustentável em África”.

A dívida verde é um tipo de emissões de dívida soberana que serve para financiar projetos especificamente relacionados com objetivos ambientais, sociais ou de desenvolvimento, sendo apontado pelos analistas como um mercado muito promissor para os países africanos, dada a premência das preocupações ambientais entre os investidores internacionais e fundos de pensões institucionais.

Na sexta-feira, o principal dia do evento, o African Caucus tem diversas sessões, incluindo uma apresentação do diretor do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI), Abebe Aemro Selassie, sobre os constrangimentos financeiros na região, e uma sessão sobre “A dívida pública como um instrumento de financiamento para o crescimento em África no âmbito da nova arquitetura financeira global”.

Ainda na sexta-feira, haverá uma sessão dedicada à formalização da economia informal, com base na experiência de Angola, e outra sobre como desbloquear o financiamento verde para África.

No sábado, último dia do African Caucus, os líderes dos países e instituições participantes vão reunir-se e deverá ser depois divulgada a Declaração do Sal, antes de o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, encerrar o encontro.

Cabo Verde foi escolhido há mais de um ano para presidir e ser sede do African Caucus 2023, reunião anual que se realiza desde 1963 e que junta os ministros das Finanças, Planeamento e governadores africanos dos bancos centrais junto do FMI e do grupo Banco Mundial.

O African Caucus reúne-se duas vezes por ano, a primeira das quais no país anfitrião e presidente — Cabo Verde sucede em 2023 a Marrocos, que liderou em 2022 — e a segunda em Washington, sede do FMI e Banco Mundial.