O objetivo deste novo regulamento é “reduzir o problema da poluição, melhorar a coleta seletiva de resíduos e, obviamente, contribuir para o cuidado do meio ambiente”, explicou à agência de notícias espanhola Efe o líder municipal daquela ilha na região da Campânia, Gianni De Martino.
“Nós temos um problema enorme e temos de contribuir. Já todos ouvimos falar das famosas ilhas de plástico que estão no mar”, afirmou Gianni De Martino, para justificar a medida.
A proibição entra em vigor na ilha em 15 de maio, às portas do início da temporada de verão, e vai ser aplicada a todo o território, em especial nas praias e na faixa costeira, que são as mais afetadas pela poluição de lixo plástico no mar.
Para que os estabelecimentos da ilha possam dar saída aos produtos que já possuem nos armazéns, a lei municipal permite o escoamento num prazo de 90 dias após a sua entrada em vigor, findo o qual são aplicadas multas de entre 25 euros e 500 euros.
Uma investigação da associação ambiental ‘Legambiente’, divulgada em 2017, revelou que o espaço marítimo entre a ilha de Capri e o continente foi o local onde foi detetada maior presença de resíduos na região de Campânia, com uma densidade quatro vezes superior à da média italiana.
Capri, que tem uma população de pouco mais de 7.000 habitantes, é um dos destinos de férias mais populares de Itália e, durante vários anos, foi imposta uma taxa turística para preservar o meio ambiente.
Segundo Gianni De Martino, outras ilhas e cidades italianas localizadas próximas do mar, como Procida ou Nápoles, estão a preparar-se para aprovar iniciativas legislativas semelhantes à de Capri.
“Estamos a procurar imitarmo-nos uns aos outros para ter um resultado muito maior”, afirmou o líder municipal.
Com a proibição de plástico a partir de meados do próximo mês, Capri antecipa em ano e meio uma diretiva europeia que quer reduzir os plásticos não biodegradáveis e acabar com os plásticos descartáveis a partir de 2021.
Na sexta-feira, o conselho de ministros italiano aprovou um projeto de lei para permitir aos pescadores recolher o plástico encontrado nas suas redes, uma vez que até agora eles tinham de despejá-lo no mar para evitar enfrentar um crime de transporte ilegal de lixo e o pagamento da sua eliminação.
Os produtos de plástico que Capri agora proíbe, e que constituem 70% do total de detritos marinhos, têm um lento processo de decomposição que faz com que se acumulem no mar e nas praias e acabem ingeridos por animais, como os peixes, que são depois consumidos pelo Homem.
Ainda na semana passada, na ilha da Sardenha, na costa do turista Porto Cervo, um cachalote foi encontrado morto com mais de vinte quilos de plástico e um feto já morto no interior.
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