Pedro Loureiro foi um dos 11 ilustradores que aderiram à exposição ao ar livre da Cooperativa de Comunicação e Cultura (CCC), em parceria com o município.
Durante seis horas, a montra de 4×2,45 metros da antiga Casa Primavera, uma das mais antigas lojas da cidade, encerrada há menos de uma década, foi a tela onde recriou com caneta de tinta acrílica o ambiente de um bar. Os clientes são personagens extraídas da banda desenhada, como os irmãos Dupont, Blueberry, Doc Holiday ou Faey Valentine.
“Por ser uma zona de copos, tive a ideia de ter pessoas a conviver num bar e não são pessoas quaisquer”, afirma, acrescentando que “foi interessante a interação com as pessoas que iam passando”, incentivando também algumas crianças a desenhar.
Pelas vidraças do bar, os heróis da banda desenhada avistam espaços emblemáticos da cidade, como o castelo.
As ilustrações, retratando desde monumentos ou espaços, animais, figuras típicas da cidade ou até uma “cidade confinada”, de Tomás Reis, alusiva ao distanciamento social causado pela pandemia de covid-19, estão espalhadas por 11 montras de seis ruas do centro histórico.
“É uma outra forma de dinamizar e valorizar a cidade e o comércio local”, explica à Lusa Leonor Fonseca, coordenadora de programação da CCC, que, devido à pandemia, teve necessidade de “trazer a arte para a rua”, evitando espaços fechados e com restrições de lotação.
Entre os comerciantes as opiniões são unânimes.
“Os clientes comentam, vemos pessoas a parar e tirar fotografias, e é uma iniciativa diferente”, comenta à Lusa Fátima Peixoto, funcionária de um estabelecimento comercial, para quem as ilustrações “vieram dar vida a espaços fechados e são um atrativo para as pessoas irem ao centro histórico e ao comércio local”.
Para Carla Silvestre, a ideia “está original” e “chama pessoas à rua” para ver as ilustrações do Benjamin e do vendedor de castanhas Cadé, figuras típicas da cidade já falecidas.
“Achei uma excelente iniciativa, uma vez que existem alguns edifícios abandonados. Vem colorir e dar vida à cidade, contribuindo para que mais pessoas passem no centro histórico”, afirma Alexandra Rosa.
A exposição de rua “Riscos e Rabiscos” fica patente até 02 de janeiro, mas as ilustrações das montras de lojas devolutas vão permanecer até a passagem do tempo as apagar.
Além de Pedro Loureiro e Tomás Reis, integram a exposição Ana Isabel Costa, António Procópio, Inês Matias, Isa Silva, João Catarino, João Dias, Luís Frasco, Pedro Alves e Vicente Sardinha.
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