Escreve o jornal Granma, que publica esta imagem na sua edição online, que "Fidel e o mandatário luso conversaram sobre diversos temas da agenda internacional e sobre as relações de amizade entre ambas as nações".

A publicação diz que o encontro foi "amigável" e que Marcelo se referiu "aos resultados da votação de hoje [quarta-feira] na ONU contra o bloqueio económico, comercial e financeiro dos Estados Unidos a Cuba, destacando a posição do seu país [Portugal] que condena essa prática extraterritorial".

Fidel, por sua vez, "agradeceu a atitude de Portugal face à nossa pátria [Cuba], destacando a firmeza do povo do nosso país, disposto a não esquecer os danos humanos e económicos provocados pelo bloqueio, ao mesmo tempo que reiterou, mais uma vez, o caráter brutal e inumano desta política, que o povo cubano jamais aceitará", pode ler-se.

A resolução, que é anualmente apresentada por Cuba foi aprovada por 191 dos 193 países-membros das Nações Unidas, com as abstenções dos Estados Unidos e de Israel. A abstenção de Washington na votação na ONU segue os apelos do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que o Congresso norte-americano, dominado pelos conservadores do Partido Republicano, aprove o levantamento do embargo, na sequência da normalização de relações entre os dois países, que restabeleceram relações diplomáticas em julho de 2015.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encontrou-se esta quarta-feira, 26 de outubro, com o líder histórico cubano Fidel Castro, em Havana, no âmbito da sua visita de Estado a Cuba. Marcelo Rebelo de Sousa chegou à capital cubana na terça-feira à noite, para uma visita de Estado inédita, que termina na quinta-feira.

Fidel Castro, que está com 90 anos, esteve no poder em Cuba durante quase meio século, entre 1959 e 2006, quando se afastou por motivos de saúde.

Durante a última década, Fidel fez poucas aparições públicas, mas tem sido um anfitrião de Presidentes e de outras personalidades que visitam Cuba.

Antes do encontro, em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Fidel Castro assinala “um certo tempo”, lembrando que os jovens da sua geração "acompanhavam à distância" a figura do líder cubano, "uns concordando muito, outros discordando muito".

"Como sabem, eu não era propriamente dos apoiantes, não direi da personagem em si mesmo, mas da política que representava. Em qualquer caso, há na vida personalidades com as quais concordamos ou não concordamos, mas que assinam um certo tempo, isso é um facto", acrescentou.

Questionado sobre se imaginava algum dia encontrar-se com Fidel Castro, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Ah, não, isso eu não imaginava, pois se eu não imaginava ser Presidente da República".

Além da componente institucional, esta visita de Marcelo tem também uma vertente cultural e dá especial atenção às relações económicas, incluindo o encerramento de um Fórum Empresarial Bilateral Portugal-Cuba, organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Depois de Cuba, Marcelo Rebelo de Sousa viaja para a Colômbia, onde vai participar na Cimeira Ibero-Americana, que vai decorrer entre sexta-feira e sábado.

(Notícia atualizada às 9h52)