“A questão que importa apurar é se de facto o deputado Francisco Assis pediu para falar ou não. Eu pedi e por isso tive o tempo que o grupo me deu, podia não ter tido”, vincou a socialista Ana Gomes, falando aos jornalistas portugueses à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Estrasburgo, França.

A eurodeputada regia à notícia hoje conhecida, de que o eurodeputado português Francisco Assis se demitiu do cargo de coordenador dos socialistas europeus na Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EuroLat) por ter sido impedido de intervir num debate de emergência sobre a Venezuela no Parlamento Europeu.

“Era o coordenador para o EuroLat dos socialistas e a verdade é que não me permitiram falar num debate sobre a Venezuela. Foi a primeira vez que isso aconteceu, eu falei em todos os debates”, afirmou Francisco Assis em Estrasburgo.

Para o eurodeputado, “a responsabilidade direta é de quem” não o deixou falar, isto é, a Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D, sigla em inglês).

Porém, de acordo com Francisco Assis, não foram dadas “justificações plausíveis”.

Segundo Ana Gomes, este responsável “sabe muito bem que o PS não tem nada a ver com isto porque quem toma a decisão é o coordenador do grupo socialista [europeu] para a área da política externa”.

“Aí é preciso saber porque não foi dado o tempo de palavra ao deputado Francisco Assis – se ele não pediu ou se houve a decisão de dar a outras pessoas e não dar a ele”, insistiu, considerando a situação “estranha”.

A eurodeputada do PS admitiu que a impossibilidade de intervir em plenário acontece “todos os dias” porque “o grupo tem oito minutos e tem 12 ou 15 pedidos para falar e têm de administrar”.

“É normal que deem a quem mais intervém nos assuntos”, mas “é preciso que o coordenador peça”, salientou.

O debate de urgência sobre a Venezuela decorreu na terça-feira à tarde em plenário, sendo que quem interveio pelo PS foi a eurodeputada Ana Gomes.

Paulo Rangel (PSD), José Inácio Faria (eleito pelo MPT) e João Pimenta Lopes (CDU) foram os outros eurodeputados portugueses que discursaram.

A EuroLat foram criada em 2016, sendo que Francisco Assis estava no cargo há dois anos e meio.

A notícia foi avançada pelo jornal ‘online’ Observador.

O debate surgiu numa altura de crise política na Venezuela, que se agravou desde o passado dia 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Também confrontado hoje com esta questão, o eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira vincou que “a delegação do PS não tem nenhuma interferência na distribuição dos tempos de intervenção” na sessão plenária, rejeitando responsabilidades da bancada socialista neste caso.

“Isso é uma questão entre o deputado Francisco Assis e a direção do grupo parlamentar socialista europeia aqui no Parlamento Europeu”, adiantou.

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