Ao final da tarde, a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) apresentava apenas dois fogos significativos em Castro Daire, mas já em fase de resolução, com cerca de 400 operacionais, 125 meios terrestres e quatro meios aéreos ainda alocados.
No ‘briefing’ ao início da tarde de hoje, o comandante nacional da ANEPC, André Fernandes, anunciou que todos os grandes incêndios que lavraram nas regiões norte e centro ao longo dos últimos dias tinham sido dados como dominados, nomeadamente os de Castro Daire e Arouca, antevendo uma desmobilização de meios ao longo do dia.
A contabilização oficial regista cinco mortos (excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos) e 177 feridos, dos quais 17 graves, em consequência dos incêndios.
Os números finais ainda estão a ser apurados, mas contabilizam-se já mais de 100 mil hectares ardidos e dezenas de casas destruídas. Foram atingidas empresas e muitas produções agrícolas, cujos prejuízos estão ainda a ser contabilizados.
Por exemplo, os apicultores do norte e centro do país estimam já entre 30% a 40% as perdas de produção devido aos fogos. Também o Turismo do norte avalia impactos para definir apoios à recuperação.
Em Castro Daire, um casal de emigrantes na Suíça, que tinha regressado à terra natal para investir em produção agrícola, viu a sua propriedade de 55 hectares ser devastada pelo fogo, perdendo maquinaria e 120 cabras serranas, uma raça autóctone transmontana, que eram o sustento da família, estando cada uma avaliada em cerca de 300 euros.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e hoje cumpre-se um dia de luto nacional em memória das vítimas.
Os incêndios, que começaram no domingo, obrigaram também ao corte de estradas e autoestradas e ao fecho de escolas.
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