Em comunicado, a ANEFA lembrou que as empresas atravessam “graves dificuldades”, devido ao aumento dos preços dos combustíveis e dos custos de produção, e, por isso, “não conseguirão suportar qualquer paragem”, como a que está a ser imposta devido à vaga de calor e elevado risco de incêndio, “sem que haja uma compensação”.
“Terá quem nos governa a noção de que se nada se fizer, corremos o risco de metade das empresas florestais já não existirem no final deste verão? Estamos a falar de pelo menos 1.000 empresas de forma direta, que empregam no mínimo, cerca de 8.000 pessoas”, vincou a associação.
A ANEFA contestou a decisão do Governo, por proibir a circulação e a realização de trabalhos em espaços florestais e rurais, lembrando que, em 2020 apresentou um conjunto de propostas, que visavam “ajudar a aprender a viver com esta realidade, sem que se tomassem medidas cegas em relação a quem trabalha nas áreas florestais”, mas apenas “meia medida” foi espelhada em decreto-lei.
“Afastam-se indiscriminadamente as empresas que, habituadas ao seu território, que conhecem melhor do que ninguém, contribuem de alguma forma para a remoção do combustível presente nos locais e que quase sempre constituem parte da primeira intervenção”, defendeu a associação.
Para a ANEFA, “é óbvio que há trabalhos que, pela sua natureza, têm de parar”, para diminuir o risco de incêndio, “mas também é óbvio que há trabalhos que até ajudam na redução do risco de incêndio, através da remoção de combustível ou da limpeza das áreas associada às preparações de terreno”.
Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco e Portalegre estão desde as 09:00 de hoje sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O aviso vermelho, emitido pelo IPMA, devido à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima, vai estar em vigor até às 18:00 de quarta-feira, passando depois a laranja.
De acordo com o IPMA, o aviso vermelho corresponde a “uma situação meteorológica de risco extremo”.
Face às previsões, quase todo o território de Portugal continental apresenta hoje um perigo máximo e muito elevado de incêndio rural.
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