A corporação está, nesta altura, envolvida em ações de fogo controlado, promovidas pela Câmara de Vila Real, e, ao mesmo tempo, aproveita para testar e treinar o novo equipamento.
Numa ação de gestão do combustível que decorreu na serra do Alvão, na zona da aldeia de Paredes, o piloto Bruno Lousada levantou o drone, apelidado de “morcego”, para monitorizar a área do fogo, que foi visualizando em tempo real no ecrã instalado no comando do aparelho.
“A Cruz Branca fez uma aposta na tecnologia e adquirimos um drone industrial. A grande novidade é que tem câmara térmica e, com isso, conseguimos acompanhar as operações de combate aos incêndios e estas operações de fogo controlado, identificar pontos quentes e zonas de progressão das frentes de fogo”, explicou o comandante da corporação, Orlando Matos.
Para o responsável, uma “das mais-valias” do equipamento é que, por exemplo, em ações de rescaldo e vigilância, o drone pode ajudar a localizar os pontos mais quentes e, assim, os meios serem posicionados onde são mais necessários.
Segundo Orlando Matos, o aparelho vai auxiliar, também, em ações de busca e salvamento de pessoas e missões de reconhecimento.
Trata-se de um drone industrial portátil equipado com potentes câmaras visuais e térmicas, que faz a leitura de parâmetros de temperatura e vento, possui um radar que identifica outros meios aéreos e pode ainda ser reforçado com focos de luz e altifalantes.
Este drone, que tem um alcance de oito quilómetros de transmissão de imagem, pode realizar voos noturnos e voar em condições diurnas complexas como neblina e fumo.
Para operar, a Cruz Branca teve que registar o aparelho na Autoridade Aeronáutica Nacional e na Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), estando ainda inscrita na Associação Portuguesa de Aeronaves Não Tripuladas (APANT).
As ações de fogo controlado no concelho estão a ser promovidas pela Câmara de Vila Real, em colaboração com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os bombeiros, os sapadores florestais, os conselhos diretivos de baldios, juntas de freguesia e os pastores.
“Acreditamos que vale mais prevenir do que remediar”, afirmou o presidente da autarquia, Rui Santos.
Estas operações estão incluídas numa candidatura de 600 mil euros ao Fundo Florestal Permanente e, segundo o autarca, em dois anos serão intervencionados entre “500 a 600 hectares”.
Este ano, decorrerão ações de gestão de combustível em cerca de 300 hectares, principalmente das serras do Alvão e Marão.
“Essa candidatura permite-nos (…) apoiar os pastores renovando as áreas de pasto e, por outro lado, prevenir os fogos de verão”, afirmou Rui Santos.
O presidente especificou que, com o fogo controlado, se está a proceder também à renovação das pastagens indo, assim, ao encontro da vontade e das necessidades dos pastores.
“Isto é o fogo controlado que permite agir, permite prevenir”, frisou.
Eduardo Carvalho, do ICNF, reforçou que este trabalho é importante “para o pastoreio” e para a criação de “zonas de descontinuidade” que vão permitir o “apoio ao combate no verão”.
As queimadas controladas são realizadas, explicou, em dias em que se alinhem os “fatores que permitem fazer o trabalho em segurança”, e que estão relacionados com a temperatura e a humidade.
Orlando Matos referiu que estas ações de prevenção criam áreas de “descontinuidade” que ajudam, depois, no combate aos incêndios.
Salientou ainda que a corporação aproveita estas operações de fogo controlado para dar cursos de operacional de queima aos voluntários, estando já formados 36 bombeiros.
Comentários