"Na aldeia de Álvaro arderam pelo menos 40 casas. Sabemos que arderam mais casas em outras aldeias e lugares, mas ainda não estão contabilizadas", disse o presidente deste município do distrito de Castelo Branco à agência Lusa, ao final da tarde.

Fernando Marques Jorge, visivelmente agastado com o "cenário completamente dantesco" em Oleiros, explicou que o incêndio continua com duas frentes ativas.

"Continuamos com duas frentes ativas e com os mesmos meios no combate, os bombeiros de Oleiros que já não aguentam mais. Temos vários bombeiros feridos que continuam no terreno", frisou.

O autarca realçou a ajuda que os populares têm dado no combate às chamas e adiantou que ainda se encontram 70 pessoas na residência de estudantes de Oleiros, oriundos dos lugares e aldeias que foram evacuadas ao longo da noite.

"O cenário é completamente dantesco. Temos também muitos animais, ovelhas, cabras, porcos, mortos", concluiu.

O incêndio que deflagrou às 12:02 na freguesia de Ermida e Figueiredo, concelho da Sertã, no domingo, estendeu-se no final da tarde ao concelho de Oleiros.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 36 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.