Fernando Queiroga, presidente da comissão distrital e da Câmara de Boticas, disse hoje à agência Lusa que foi enviado um ofício “a sensibilizar” o ministro da Administração Interna para a abertura dos postos de vigia antes da data prevista, que é a 07 de maio.
Um pedido que o autarca justifica com os incêndios “fora de tempo” e “à noite”, e com “a necessidade de o alerta do fogo ser dado o mais rapidamente possível”.
Fernando Queiroga deu como exemplo um incêndio que queimou 50 hectares de pinhal em Cerdedo, concelho de Boticas, na semana passada, e que, quando os bombeiros receberam o alerta e se deslocaram para o local, “já tinham sido consumidos pelas chamas perto de 20 hectares”.
“Sabemos de antemão que quanto mais rápido for o alerta melhor”, frisou.
A rede nacional de postos de vigia é da responsabilidade da Guarda Nacional Republicana (GNR) e assegura em todo o continente as funções de deteção fixa de ocorrências de incêndios.
A rede primária que é reativada a 7 de maio é composta por cerca de 70 postos de vigia em todo o país, cincos dos quais estão localizados no distrito de Vila Real.
Já durante a fase mais crítica, entre 1 de julho e 30 de setembro, estão em funcionamento cerca de 230 postos de vigia.
“Foi enviado um ofício para o senhor ministro a sensibilizá-lo para que, nos períodos de alerta, sejam reforçados os meios no terreno e, fundamentalmente, que os postos de vigia funcionem antes do período de incêndios florestais”, salientou.
Fernando Queiroga disse que o tempo “vai dar uma folga nestas duas semanas”, em que se espera chuva e até neve, com previsões de aumento de temperaturas depois, a partir de meados deste mês de abril.
Pelo que, na sua opinião, a abertura dos postos de vigia “deveria acontecer também cerca de um mês antes da data prevista”.
“Incidimos mais nos postos de vigia porque é fundamental o tempo de chegada da informação”, justificou.
Vila Real tem sido, nos primeiros meses do ano, muito afetado pelos incêndios.
Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), entre 01 de janeiro e 17 de março, foram registados 1.344 incêndios em todo o país, que provocaram 1.608 hectares de área ardida.
A Proteção Civil indicou que, até 17 de março, se registaram mais fogos nos distritos de Vila Real (201), Viseu (190) e Porto (185), mas "em qualquer um dos casos, os incêndios são maioritariamente de reduzida dimensão", não ultrapassando um hectare.
A ANPC especificou ainda que o distrito mais afetado em área ardida é Vila Real, com 451 hectares, cerca de 28% da área total consumida pelos fogos, seguido de Braga, com 272 hectares (17% do total), e de Viseu, com 249 hectares (15% do total).
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