A exemplo do que acontecia nos tempos áureos desta discoteca, as suas quatro pistas de dança vão acolher géneros de música diferenciados, esperando a organização deste evento solidário atrair cerca de três mil pessoas, o que resultaria em 30 mil euros de receita de bilheteira.

A iniciativa, que foi hoje apresentada em conferência de imprensa, intitula-se “The Day After – Uma Noite por Todos”.

“Entendemos que temos um dever para com a comunidade onde estamos inseridos”, justificou aos jornalistas José Arimateia, administrador do Grupo Visabeira (proprietário do espaço).

José Arimateia disse que a Associação Mutualista do Montepio já ofereceu 20 mil euros para esta causa, montante ao qual se somará o valor conseguido na bilheteira. Caberá à Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões encaminhar depois o dinheiro, conforme as necessidades identificadas.

“Fomos convidar pessoas que trabalhavam connosco há uns anos e algumas figuras públicas, como o José Alberto Carvalho (jornalista) e o Paulo Gonzo (músico), que são pessoas que têm ligações fortes à região”, acrescentou.

A conferência de imprensa de apresentação da iniciativa solidária ocorreu em Lajeosa do Dão, no concelho de Tondela, um dos oito municípios que integram a CIM Viseu Dão Lafões que foram afetados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro.

O presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, lembrou que, no seu concelho, as chamas percorreram 180 quilómetros quadrados, tendo destruído 219 primeiras habitações (de um total de quatro centenas, entre primeiras e segundas habitações e casas devolutas) e muitas explorações agrícolas.

O autarca avançou que, no caso de Tondela, as verbas serão encaminhadas para reforçar os apoios aos pequenos agricultores.

José António Jesus frisou que os incêndios “não têm fronteiras” e, por isso, congratulou-se por o Grupo Visabeira olhar “para a região como um todo”.

O presidente da CIM, Rogério Abrantes, disse que os prejuízos “foram avultadíssimos” nos oito concelhos afetados pelos incêndios e “as compensações do Estado não os vão cobrir”, sendo, por isso, muito importante arranjar fundos de outra forma.

“Há agricultores que ficaram praticamente sem nada”, disse o também presidente da Câmara de Carregal do Sal, acrescentando que “as pessoas vão desistir se não tiverem ajuda”.