Os dados foram avançados pela 2.ª comandante da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, durante uma conferência de imprensa na escola secundária de Monchique.

A responsável da ANPC revelou também que começou hoje a ser preparado a regresso a casa das 299 pessoas deslocadas das suas habitações dos concelhos de Monchique, Portimão e de Silves, operação que decorre conjuntamente com a Segurança Social, a Cruz Vermelha, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e as autarquias.

"Houve pessoas que espontaneamente já regressaram às suas habitações e aquilo que nós queremos garantir é que este regresso se faça de forma ordeira e, sobretudo, em segurança. Temos de evitar precipitações", afirmou Patrícia Gaspar.

De acordo com a responsável, no concelho de Silves, a zona de apoio à população já foi desativada, em Portimão está em processo de desmontagem, e neste último caso a maioria das pessoas são oriundas do concelho de Monchique.

O incêndio rural, combatido por mais de mil operacionais, deflagrou na sexta-feira passada à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e alastrou também ao concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).

Num balanço feito pelas 20:00 de hoje, a Proteção Civil considerou o fogo “globalmente estabilizado”.

Há 39 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa).

De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram cerca de 27 mil hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.

Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.