“Para o ano, a Força Aérea vai participar já numa definição estratégia e numa definição de comando. Espera-se que em 2019 opere os aparelhos sob mando de uma organização que vai estar focada a combater incêndios”, afirmou Tiago Oliveira, em conferência de imprensa realizada na residência oficial do primeiro-ministro.

Tiago Oliveira, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa, os ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, da Agricultura, Capoulas Santos, e o ministro-adjunto, Pedro Siza Vieira, e os secretários de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, Defesa, Marcos Perestrelo, do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos e das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, passaram o dia de numa reunião de trabalho sobre experiências internacionais na prevenção e combate de incêndios a ouvir especialistas norte-americanos, espanhóis e um alemão.

Questionado pelos jornalistas sobre a importância da participação da Força Aérea Portuguesa (FAP), o chefe da estrutura de missão adiantou que a FAP é dos ramos das Forças Armadas que vai participar no combate aos fogos através da gestão dos meios aéreos, existindo uma fase de transição.

“As Forças Armadas já estão a participar. Há um esforço para perceber como a Força Aérea pode participar neste processo”, disse.

Tiago Oliveira adiantou que, no futuro, as fases de combate aos incêndios florestais têm que se adaptar às condições meteorológicas e não ao calendário.

“Todos os países que temos estado a observar não tiveram sempre sistemas iguais, foram-se adaptando em função das ameaças, tornando o seu dispositivo cada vez mais flexível em função das condições meteorológica”, disse.

Segundo o especialista, uma informação relevantíssima é o risco de incêndio meteorológico, do qual depende “a flexibilidade dos recursos, as políticas de contratação dos recursos e a ativação desses mesmos recursos” para que depois sejam geridos e colocadas nos locais onde o perigo de fogo é maior.

Na conferência de imprensa, o responsável frisou igualmente que terão que existir mudanças ao nível do “combate estendido” e um melhoramento no “ataque inicial”.

“Em Portugal aquilo que tem que acontecer é: o ataque inicial é mantido, é melhorado, mas o ataque estendido tem que sofrer um ajuste de procedimento para que se consiga salvaguardar a vida das pessoas e não deixar que os montes se queimem”, defendeu.

Depois de ouvir os especialistas internacionais, Tiago Oliveira concluiu: “Portugal tem as peças todas para fazer um bom ‘puzzle’, temos que juntar as peças e trabalhar cooperativamente e coordenadamente todos juntos”.

No entanto, adiantou, “há necessidade e urgência de garantir capacidade às pessoas” e também gerir a vegetação à volta das populações com a colaboração de municípios e juntas de freguesia.

Por outro lado, sublinhou que “o fogo não pode andar solto pelo monte”, sendo, por isso necessário, “ter alguém focado em resolver aquele problema e contê-lo antes de chegar às populações”.

Questionados se as experiências internacionais podem ser replicadas em Portuga, referiu que o combate aos incêndios obedece “a um conjunto de regras e procedimentos que estão estandardizados", sendo necessário fazer a adaptação às comunidades e ao tipo de vegetação.

Durante o dia, os membros do Governo ouviram vários especialistas dos Estados Unidos (Mark Beighley e Vicki Christiansen), da Alemanha (Johann Goldammer) e três espanhóis (Jose Joquatot, Tomaz Fernandez e Juan Sanchez).

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