Em audição parlamentar e em resposta a questões do CDS-PP, o governante confirmou que se procuram “soluções legais, bem difíceis” porque “o enquadramento é difícil”.
Apesar disso, “há um ou dois casos que já se conseguiram licenciar”, afirmou.
Referindo-se aos casos de moradores em habitações precárias e não licenciadas, o ministro disse que “há um esforço importante para detetar a possibilidade de legalizar as ocupações de construções antigas em alguns terrenos que eram propriedade das pessoas, mas que não eram habitações licenciadas”.
Pedro Marques deu conta também de que “mais de 800 primeiras habitações afetadas pelas chamas se encontram em fase de concurso ou de obra” e que há famílias que optaram por fazer elas os trabalhos, sendo que “depois serão apoiadas financeiramente”.
Numa nota enviada à agência Lusa, o movimento associativo de apoio às vítimas do incêndio de Midões (Maavim) garantiu que, seis meses após os incêndios que mataram 49 pessoas, nenhuma primeira habitação foi ainda construída e que “existem pessoas a viver em rulotes, garagens, casas emprestadas e de familiares, sem qualquer ajuda”.
“Principalmente no concelho de Arganil, Oliveira do Hospital, Seia, Tábua, entre outros concelhos, são dezenas os casos verificados por esta associação. Mais informamos que também muitos são os casos de rejeição à construção das habitações e outros os que não foram aceites como primeira habitação, por diversos motivos”, refere a nota.
A 18 de abril, Pedro Marques reconheceu no parlamento que a destruição de primeiras habitações deixou as famílias em situações precárias de alojamento, mas garantiu que “todos os casos reportados estão em casa de familiares”, assegurando que não há informação de pessoas a viver em instalações móveis.
“Se houver casos de pessoas a viver em tendas, não conheço nenhum. Se quiser fazer chegá-los diretamente, vamos à procura de uma solução para essas famílias”, declarou o ministro nessa altura, reforçando que é necessário ter “informação concreta dessas situações para poder tentar resolvê-las”.
No dia seguinte, o Maavim manifestou indignação pelo facto de o ministro do Planeamento ter dito desconhecer a existência de situações precárias de alojamento devido aos incêndios de 2017, após ter sido confrontado pelo PCP e pelo PSD sobre famílias a viver em rulotes e tendas.
Agricultores lesados exigem “ajudas justas” ao Governo
Agricultores de vários concelhos atingidos pelos incêndios de 2017 manifestaram-se hoje, em Góis, distrito de Coimbra, e exigiram “ajudas justas” ao Governo.
Os manifestantes entregaram ao ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e ministro-adjunto, Pedro Siza Viera, um documento através do qual, mais uma vez, reclamam a “correção das injustiças cometidas no processo de apoio aos agricultores e outros rurais lesados” pelos fogos florestais.
“Queremos, mais uma vez, chamar a atenção do Governo para a situação dos agricultores e outras pessoas lesadas”, disse à agência Lusa João Dinis, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
A “recuperação de habitações ardidas e demais infraestruturas” foram outras das exigências do protesto realizado na vila de Góis por iniciativa da CNA, Associação Distrital dos Agricultores do Distrito de Coimbra (ADACO) e Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), no concelho de Tábua.
Os ministros Capoulas Santos e Siza Vieira deslocaram-se hoje a Góis, onde participam na sessão de apresentação pública das medidas do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural no âmbito do Programa de Revitalização do Pinhal Interior.
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