No relatório sobre incêndio que deflagrou em 2018 em Monchique, no Algarve, hoje entregue na Assembleia da República, os peritos do OIT lamentam que, passados nove meses do fogo, a causa esteja "ainda a ser investigada e apontada como desconhecida".

No entanto, o documento refere que há indicações que remetem “para um local específico de início do incêndio e para uma causa associada a uma linha elétrica, que a EDP contraria”.

“Há fotografias iniciais em que são visíveis chamas próximo do local indicado e indícios que apontam para que a linha elétrica possa ter estado na origem do incêndio por haver no local árvores - essencialmente eucaliptos - com desenvolvimento suficiente para poder entrar em contacto com os cabos da linha elétrica, apesar da versão da EDP não apontar nesse sentido”, considera o OIT.

O relatório sublinha que, “apesar dos indícios que apontam para que a causa do incêndio possa ter tido origem na linha de média tensão que atravessa o local de início do incêndio, não existe qualquer informação oficial sobre a investigação mais detalhada que permita confirmar esta hipótese”.

Nesse sentido, os peritos do OIT manifestam-se preocupados com os fogos que nascem do contacto com as redes elétricas.

“Em conclusão, muito embora não exista confirmação quanto à causa de origem deste incêndio em particular, as estatísticas sobre causas investigadas levam a encarar com grande preocupação as ignições causadas pela rede elétrica”, lê-se no documento, sublinhando que as linhas que atravessam áreas com eucalipto deverão ser alvo “de extrema atenção, devido ao rápido desenvolvimento em altura das árvores desta espécie, potenciando descargas por toque ou mesmo potenciando a danificação das linhas de transporte de energia”.

No relatório, o OTI chama ainda a atenção para “a falta de eficácia na investigação das causas de incêndio” e considera “no mínimo estranho que não exista ainda uma causa conhecida para um incêndio com as consequências que este teve”.

O Observatório Técnico Independente recomenda “uma melhoria no serviço de investigação de causas particularmente em incêndios de grandes dimensões”.

O incêndio de Monchique esteve ativo entre 03 e 10 de agosto de 2018 em Monchique e consumiu mais de 27 mil hectares.

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