“Já foram consumidos cerca de 1.044 hectares, com grande preponderância de floresta, mas também agrícola, com soutos, olivais e amendoais, e algumas colmeias, a serem devastados”, disse o presidente da autarquia do distrito de Vila Real, Amílcar Almeida.

Presente no local a acompanhar as operações, Amílcar Almeida destacou os “avultados prejuízos no setor primário” quando a “maior preocupação” do município é fixar população.

O setor primário no concelho de Valpaços tem incidência na produção de castanha, azeite e amêndoa, mas também a produção de maças, mel, goji e mirtilos.

Amílcar Almeida pede “bom senso” ao Governo em relação à necessidade de ser criado um reservatório de água no concelho, para servir não só o setor primário, mas também para auxiliar em calamidades como os incêndios.

“É fundamental a água, contrariamente ao que alguns políticos dizem, quando falam na evaporação da água. É preciso perceber o processo fundamental da evaporação da água para a precipitação”, vincou, lembrando o exemplo da região do Alentejo, que “já estaria ao abandono sem a barragem do Alqueva”.

O autarca realça que sem apoios é preferível “darem um prémio às pessoas do interior para saírem para o litoral”.

Na sexta-feira, os meios aéreos foram abastecer-se ao concelho de Montalegre, a cerca de 43 quilómetros de Valpaços, o que atrasou o combate ao fogo, acrescentou.

Com o fogo já dominado, Amílcar Almeida alertou no entanto para os “riscos de reacendimentos” e para o fator vento, que tem dificultado a ação dos bombeiros desde o início.

“O acalmar do vento durante a madrugada, permitiu controlar este incêndio”, atirou, destacando ainda a “boa coordenação” entre a população local e os bombeiros.

Para o autarca social-democrata, os bombeiros devem “ser tratados de maneira diferente, para melhor”, por serem “verdadeiros heróis”.

O fogo, que teve início na freguesia de Ervões, em Valpaços, foi evoluindo chegando a ter quatro frentes ativas e entrado no concelho vizinho de Chaves, mobilizando 412 bombeiros apoiados por 127 viaturas. Durante a tarde de sexta-feira, o combate às chamas envolveu seis meios aéreos.

Por volta das 03:55 o incêndio foi dado como dominado pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real e às 14:10 mobilizava ainda 235 operacionais, apoiados por 71 viaturas e um meio aéreo.

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