“No momento em que se está a combater o fogo, essa é a prioridade e é o que é importante. Haverá tempo para, depois, se fazer um balanço, comparações e retirar lições”, realçou o chefe de Estado, em Marvão, no distrito de Portalegre.

Marcelo Rebelo de Sousa, que respondia a perguntas dos jornalistas sobre os incêndios que assolam o país, sublinhou que “quem está de fora tem de perceber que há um lado emocional muito forte” por parte dos autarcas dos concelhos atingidos pelo fogo.

“É devida uma palavra de solidariedade a todos os que estão a sofrer esta situação as populações, os operacionais, mais de mil, e os autarcas, que estão mobilizados ininterruptamente há 48 horas”, notou.

O Presidente da República disse esperar que “baixe a temperatura, que aumente a humidade, que baixe o vento” para que seja possível, nas próximas horas, “haver uma estabilização” nas zonas onde ainda há incêndios ativos.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou que tem estado “a acompanhar o que se passa” no terreno e em contacto com o ministro da Administração Interna e com os presidentes das câmaras municipais de Sertã, Vila de Rei e Mação.

“No ano passado, tomei a decisão, na base do relatório da comissão parlamentar independente, de não visitar nenhuma zona de combates aos fogos enquanto durar esse combate e já disse aos presidentes de câmara que, concluídas as operações, quanto mais depressa melhor, que lá irei”, acrescentou.

O chefe de Estado falava aos jornalistas depois de participar na receção de boas-vindas ao Corpo Diplomático acreditado em Lisboa, na Pousada do Marvão, antes de assistir a um concerto da Orquestra Sinfónica Portuguesa, com o título “Viva Italia”, inserido no 6.º Festival Internacional de Música de Marvão.

O incêndio que começou cerca das 15:00 de sábado na localidade de Fundada, Vila de Rei (distrito de Castelo Branco) e se estendeu ao início da noite ao concelho de Mação (distrito de Santarém) permanece ativo há mais de 24 horas e estava a ser combatido, às 20:00, por 866 operacionais, apoiados por 267 viaturas e nove meios aéreos.

Os incêndios que lavram desde a tarde de sábado no distrito de Castelo Branco e que se propagaram a Mação causaram 20 feridos, um deles com gravidade, que se encontra internado na unidade de queimados do Hospital de São José, em Lisboa.

Em declarações hoje aos jornalistas, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, deu conta de oito bombeiros e de 12 civis feridos na sequência dos incêndios.