No concelho de Porto de Mós, junto a um pinhal que está a ser limpo na Bezerra, no alto da Serra dos Candeeiros, o ministro apelou para que "os proprietários, os municípios e todos os que possam, contribuam para que o ano de 2018 seja um ano em que a incidência dos incêndios seja menor e, sobretudo, não haja perda de vidas e mais sofrimento humano, para que 2017 não se volte a repetir".
Capoulas Santos, que, para além daquele terreno intervencionado pelo município, acompanhou os trabalhos de limpeza de uma área da responsabilidade do Estado, em Bouceiros, sublinhou o "esforço gigantesco", que "terá de mobilizar todo o país: o Estado, através do Governo e dos diversos ministérios, as autarquias e, sobretudo, os proprietários, porque em Portugal mais de 93% da floresta é propriedade privada".
"Estamos aqui a demonstrar o que está a ser feito e o que é necessário que façamos por todo o país", disse o ministro da Agricultura, lembrando que a ação é prioritária num conjunto de áreas que não arderam, identificadas como de maior risco pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
"São seis mil e tal aldeias, 1.049 freguesias. A aldeia que visitámos [Bouceiros] é uma delas, que é envolvida por património que é do Estado e por património que é pertença de privados. Naquilo que lhe compete, o Estado está a tentar responder às necessidades de limpeza da área de proteção envolvente, em que contámos com a prestimosa colaboração do município", afirmou Capoulas Santos.
Segundo o ministro, "hoje mesmo o ICNF irá contratualizar [a limpeza de] mais uma centena de quilómetros destas áreas", sendo que o objetivo é "concluir 500 quilómetros desta rede primária, paralelamente ao esforço que está a ser desenvolvido na proteção das casas e na proteção das aldeias".
A intervenção visa limpar o máximo de zonas de risco de incêndio até ao verão.
"Estão a decorrer operações destas por todo o país, há concursos que estão a ser lançados, adjudicações que estão a ser lançadas, num plano que irei apresentar publicamente, com todo o detalhe, na próxima semana", prometeu o ministro da Agricultura.
Luís Capoulas Santos pronunciou-se ainda sobre "comentários que tratam as pessoas que vivem no campo como menos capazes de perceber as regras", a propósito de alegadas dificuldades na aplicação da legislação que obriga à limpeza de terrenos.
"Não subestimem a inteligência dos agricultores e populações rurais. As pessoas são muito sabedoras e muito sensatas. Pode acontecer um caso ou outro, mas as pessoas sabem quais são as regras".
O ministro lembrou que as distâncias de dez metros entre árvores se aplica apenas às "facilmente combustíveis", como eucaliptos e pinheiros, sendo que, "noutras árvores, a diferença entre copas é de quatro metros", ficando fora dos cortes as vinhas, olivais e pomares.
"Nas árvores protegidas, como sobreiros, carvalhos, castanheiros, azinheiras, temos de ter muito cuidado e não abater indiscriminadamente. O que se pretende é que as casas tenham menos matéria inflamável à sua volta e que a lei se cumpra, adaptada a cada circunstância", concluiu.
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