O incêndio que começou no sábado na localidade de Garrocho (Covilhã) e que se estendeu a três municípios do distrito da Guarda (Manteigas, Gouveia e Guarda) mantém-se ativo, apesar de ter tido uma evolução favorável durante a noite.
“Estamos cautelosos. Há ainda muito trabalho a fazer de consolidação. O perímetro é significativo e o vento pode causar algumas adversidades”, afirmou Miguel Cruz.
Este responsável falava durante uma conferência de imprensa, realizada na Junta de Freguesia de Valhelhas (concelho da Guarda), sobre o incêndio que começou na Covilhã (distrito de Castelo Branco) e que afetou também Manteigas, Gouveia e Guarda.
“O incêndio mantém-se ativo, apesar de ter tido uma evolução favorável face ao dia anterior [quarta-feira], fruto do trabalho desenvolvido ao longo da noite. Aproveitaram-se as oportunidades que a noite permitiu, como variação da temperatura, humidade e vento”, sublinhou.
Até ao momento, registaram-se 11 feridos ligeiros “entre os combatentes” e “danos a dois veículos e a duas habitações não de primeira habitação”, referiu.
Na conferência de imprensa, o segundo-comandante operacional da ANEPC realçou “algumas preocupações no triângulo posicionado entre Manteigas, Vale da Amoreira e Folgosinho. É aqui que estamos a insistir com maior intensidade”, salientou.
Questionado pela Lusa sobre a inoperacionalidade dos dois Canadair (aviões anfíbios construídos especificamente para combate a incêndios), Miguel Cruz explicou que hoje “está um operacional e a operar”.
“Tivemos efetivamente ontem [quarta-feira] uma inoperatividade destas duas aeronaves, sendo que o que está consagrado contratualmente é que a terceira aeronave substitui uma delas. Naturalmente temos que contar que as máquinas também falham e também tem que ter processos de revisão. Foi o que aconteceu com esta terceira aeronave, que teve um processo de revisão de 50 horas de voo. É algo que tem que forçosamente acontecer”, sustentou.
O segundo-comandante nacional sublinhou ainda que existe um conjunto de outros meios aéreos que complementam o trabalho dos Canadair e que estão no teatro de operações.
“Não é o facto de ter estas aeronaves [Canadair] temporariamente inoperativas que possa criar aqui uma situação mais complicada ou de mais fácil resolução”, frisou.
Já sobre o número de operacionais no terreno (cerca de 1.500), Miguel Cruz disse que não é normal ter um número tão significativo.
“Normalmente não costumamos ter. Penso que já terá havido outros [números de operacionais] idênticos ou até superiores”, salientou.
Quanto à área ardida até ao momento, que se estima em cerca de 10 mil hectares até quarta-feira, Miguel Cruz salientou que é um “valor provisório”, e que será confirmado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Para já, o segundo-comandante nacional da ANEPC não prevê a desmobilização de meios do teatro de operações.
“Não vai haver desmobilizações de operacionais. O dispositivo instalado será o adequado. Pode haver alguns ajustes”, concluiu.
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