"Espero que, a todo o momento, o primeiro-ministro possa propor ou deliberar que esta família não seja uma exceção a todas as outras famílias dos incêndios que houve no ano passado em Portugal", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Marques Jorge.

O autarca explicou que já recebeu resposta à carta que enviou ao Presidente da República e à Provedora de Justiça, sendo que ambos o informaram que remeteram a missiva ao primeiro-ministro, António Costa.

"O Presidente da República respondeu que tinha enviado para o primeiro-ministro a missiva e a Provedora de Justiça também já respondeu, dizendo que havia toda a razão da família, mas que a lei não contemplava a indemnização à família deste português", explicou.

Fernando Marques Jorge adiantou que a Provedora da Justiça disse ainda que tinha enviado a missiva ao primeiro-ministro, alertando para a injustiça de haver um português que morreu num incêndio e cuja família está desprotegida.

O autarca escreveu três cartas, em janeiro de 2018, dirigidas ao Presidente da República, Provedora de Justiça e ao primeiro-ministro, a solicitar que o trabalhador da Câmara de Oleiros que morreu quando operava uma máquina durante um incêndio fosse considerado entre as vítimas oficiais dos fogos.

O trabalhador, com 50 anos, morreu quando combatia um incêndio que deflagrou naquele concelho, no dia 07 de outubro de 2017.

"Nós escrevemos alertando que tinha havido um português que morreu no incêndio de 07 de outubro. Penso mesmo que foi o único português que estava a trabalhar e a lutar contra o incêndio e que morre queimado e esmagado por uma máquina de rastos nesse incêndio. No entanto, o Governo deliberou apoiar os familiares dos portugueses que morreram nos incêndios de junho e 15 de outubro. Este não estava contemplado", disse.

Fernando Marques Jorge sublinhou que a família está desprotegida, sendo que o trabalhador deixou dois filhos menores e que estava exclusivamente dependente do vencimento do trabalhador da Câmara de Oleiros.

"O Governo tem estado com muito trabalho, embora eu ache que esta é uma matéria que devia ser prioritária. É uma viúva que está com dificuldades e que não pode ser marginalizada. Estou em crer que o primeiro-ministro e o Governo irão tomar uma posição de igualdade porque não pode ser de outra forma", concluiu.