"Viemos aqui aprender e partilhar experiências de como tornar a sociedade mais resiliente no contexto de grandes impactos", disse à agência Lusa Alexandre Tavares, que lidera a equipa portuguesa que participa no projeto europeu RiskAquaSoil: Plano Atlântico de Gestão de Riscos no Solo e na Água.
Durante cerca de duas horas, investigadores de Espanha, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido conheceram os projetos da AVIPG, liderada por Nádia Piazza, que foi constituída após os trágicos incêndios de Pedrógão Grande, que causaram 66 mortos e mais de 250 feridos.
Alexandre Tavares considera que a associação "é um laboratório vivo de boas experiências, de boas práticas", salientando que o projeto está "muito focado em trazer as questões de adaptação às alterações climáticas e tentar criar políticas e boas práticas de reação e prevenção".
Para o investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, "esta é uma numa forma de partilhar experiências entre parceiros, para no quadro das alterações climáticas se mudarem práticas, nomeadamente no contexto rural".
"Pareceu-nos que a associação, pelas vivências muito próprias, mas essencialmente pela dinâmica e por aquilo que hoje consegue estabelecer com novos projetos, permite que aqui se busque experiências que possam ser aplicadas e replicadas", sublinhou.
O projeto europeu RiskAquaSoil: Plano Atlântico de Gestão de Riscos no Solo e na Água, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), tem como objetivo central a deteção dos impactos das alterações climáticas nos espaços rurais, contribuindo para a gestão do risco, o uso dos recursos hídricos e do solo, a reabilitação de áreas agrícolas e o desenvolvimento de novas práticas.
Os parceiros do projeto pretendem combater os efeitos adversos das mudanças climáticas, especialmente nas áreas agrícolas, com avisos precoces, e diagnóstico para medir e prever os impactos locais. Também pretendem alcançar esse objetivo através da realização de ações-piloto com comunidades dos espaços rurais para uma melhor gestão do solo e da água.
Por outro lado, pretendem apostar na capacitação e difusão, através de formação e compromisso das comunidades locais e agricultores para um aumento da competência e informação "para a gestão do risco e dos sistemas de compensação de danos".
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