Segundo Abel Gomes, as autoridades estão a postos para a necessidade de retirarem os habitantes desta localidade, mas, por enquanto, houve apenas "meia dúzia" de pessoas do sítio das Taipas deslocadas das suas habitações, logo no início do incêndio.

"Vai ser uma tarefa difícil dominar este incêndio, espera-se uma noite muito complicada, de muito trabalho e muito exigente", referiu aquele responsável, adiantando que se espera uma noite quente, com pouco vento, mas praticamente sem humidade.

Em conferência de imprensa, Abel Gomes disse que o incêndio causou ferimentos ligeiros em nove operacionais, oito dos quais bombeiros, cuja situação se deve ao esforço despendido no combate e às elevadas temperaturas.

"Hoje, no teatro de operações, foram registados 47 graus de temperatura e humidades relativas na ordem dos 14%, o que complica e muito a tarefa de quem tem de combater este incêndio", sublinhou.

Às 20:00, as chamas estavam a ser combatidas por 423 operacionais, 127 veículos e dez meios aéreos.

De acordo com Abel Gomes, o incêndio começou "de forma explosiva" e, apesar de a Proteção Civil ter respondido com um "despacho massivo de meios, muito musculado, infelizmente não foi possível debelar as chamas" no ataque inicial.

"É uma situação complexa, mas é fruto daquilo que são as condições no terreno e as condições meteorológicas", declarou, acrescentando que a orografia da zona "é muito complicada, com declives acentuados e dificuldade nos acessos".

O mesmo responsável adiantou ainda que não há registos de habitações ardidas, havendo apenas algumas infraestruturas de apoio agrícola, vulgarmente chamadas de barracões, que foram afetadas.

Segundo o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, até ao momento contabiliza-se um total de 400 hectares de área ardida.

Uma outra zona rural do concelho de Monchique já tinha sido atingida por um incêndio, na quinta-feira à tarde, dominado cerca de duas horas depois após um combate travado por 113 homens e seis meios aéreos.