Numa interpelação do CDS ao Governo sobre a "preparação da próxima época de incêndios", José Miguel Medeiros acusou os centristas de se aproveitarem "com total despudor do facto de dois concursos de meios aéreos terem ficado desertos para apontarem o dedo ao Governo e dizer que falhou na contratação, como se este fosse um ato de uma ação deliberada".

"Seria bom que o CDS mostrasse de que lado está, se do lado do interesse público e do Governo que lança concursos públicos sérios, ou do lado dos interesses das empresas que, numa lógica de cartelização, não se apresentaram deliberadamente a concurso ou, se o fizeram, apresentaram preços exorbitantes", disse, dirigindo-se ao centrista Telmo Correia.

Esses preços foram apresentados "apesar dos cadernos de encargos terem um acréscimo de 25% em relação aos cadernos de encargos anteriores", lançados pelo anterior Governo, disse.

O deputado socialista argumentou que o CDS ignora as medidas tomadas pelo Governo, que incluem 100 novas equipas de sapadores, a admissão na GNR de 200 novos guardas florestais, de mais de 500 homens do GIPS da GNR, 80 novas equipas de intervenção permanente nas corporações de bombeiros, correspondente a 400 novos bombeiros profissionais.

"Não dizem que foi durante o vosso Governo que foi extinta a empresa de meios aéreos do Estado e os Governos Civis, sem que tivessem sido, pelo menos, todo o cuidado de acautelar procedimentos alternativos", acusou.