Foram quase três horas de reuniões, na comissão de Assuntos Constitucionais, em que PCP e BE, que tem um acordo parlamento de apoio ao Governo, defenderam o fim da Parceria Público-Privada (PPP) do SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança em Portugal) e a sua passagem para a esfera pública.
O PS, partido do Governo, apontou para o passado recente para tentar provar que as falhas no SIRESP não são de hoje, já vêm de trás, quando PSD e CDS-PP estavam no poder.
Constança Urbano de Sousa deu números sobre as intermitências de funcionamento do sistema – 235 horas em 2013.
À direita, o CDS, através de Telmo Correia, insistiu na demissão, como o partido já tinha feito antes, e afirmou que a ministra “falhou redondamente”, não só nos casos de Pedrógão Grande, em junho, como quanto as suas prioridades de prevenção, nomeadamente na tentativa de controlo dos incêndios no “ataque inicial”.
O Bloco colocou algumas perguntas sobre os custos do sistema, voltou a defender a nacionalização do SIRESP e concluiu ser “inadmissível que, passados 10 anos, continue a falhar”.
Já Jorge Machado, do PCP, também defendeu a passagem do sistema para o Estado, dado que “nunca funcionou bem nem como devia” e questionou se não seria de equacionar a utilização, a curto e médio prazo, dos meios dos bombeiros e dos militares.
Perguntas comuns dos partidos à esquerda do PS: quanto custa por ano este sistema. As respostas vieram depois: em 2015 foram 43 milhões de euros, 41 milhões em 2016 e 40 milhões em 2017.
No final, a ministra confessou que não tem muito jeito para “a politiquice” e ainda ouviu o deputado do PSD Carlos Abreu Amorim, o mesmo que a aconselhou com “humildade democrática” a assumir responsabilidade e “pedir desculpas aos portugueses, a dizer que afinal, a ministra “foi fiel à sua cartilha”.
Sobre a demissão, a ministra da Administração Interna nem uma palavra disse.
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