Durante a cerimónia do Dia do Município, aproveitando a presença do secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, Leonel Gouveia pediu ajuda “para que esta tragédia não contribua também para dificultar ainda mais o desenvolvimento” do concelho.
Leonel Gouveia contou que “a autarquia foi severamente atingida no seu património”: a única varredoura para a limpeza urbana ardeu, bem como um dos dois tratores que tinha, três carrinhas de caixa aberta e vários equipamentos.
O autarca socialista disse ainda que “a maior parte da sinalização viária está irrecuperável”, a cobertura de um edifício que serve de armazém municipal colapsou e várias estradas municipais foram atingidas.
“Estes prejuízos foram validados pela CCDRC (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro) e contabilizados em cerca de 1,4 milhões de euros”, frisou.
Segundo Leonel Gouveia, “a limpeza urbana está comprometida, a limpeza das bermas e outras atividades está condicionada, os materiais do edifício cuja cobertura colapsou estão a céu aberto e a sinalização não existe”.
Carlos Miguel reconheceu que “as coisas deviam estar mais adiantadas do que isso”, uma vez que passaram sete meses dos incêndios.
“Os danos referentes aos incêndios de outubro serão, em termos de equipamentos municipais, financiados pelo Fundo de Solidariedade Europeu” e segundo as respetivas regras, afirmou.
Na opinião do secretário de Estado, tal representa vantagens, porque “se fosse pelo Orçamento do Estado esse financiamento seria só de 60%, que é o limite legal, sendo pelos fundos comunitários esse financiamento será de 100%”.
No entanto, admitiu que “nem tudo são rosas”, porque “as elegibilidades para o Fundo de Solidariedade Europeu são diferentes das elegibilidades para o Fundo de Emergência Municipal em termos nacionais”.
“Nem tudo lá cabe, mas o que lá cabe caberá pela totalidade do seu valor”, frisou.
Carlos Miguel disse ter esperança de que os avisos sejam abertos ainda em maio, para que o dinheiro chegue “de forma célere aos municípios”.
“O caminho faz-se caminhando. Sabemos que tem muitas pedras pelo caminho, mas conte com o Governo e com a minha humilde experiência no sentido de o poder ajudar a atravessar este caminho das pedras”, disse, dirigindo-se ao presidente da Câmara.
Leonel Gouveia lembrou que o concelho de Santa Comba Dão foi “severamente afetado” pelos incêndios de 15 de outubro, com “80% da área florestal ardida, cinco vítimas mortais, cerca de 130 primeiras habitações atingidas e muitas empresas afetadas”.
O autarca agradeceu às instituições, às empresas, às associações e aos particulares que quiseram ajudar desde a tragédia.
Um deles foi o empresário e agente desportivo Jorge Mendes, a quem a autarquia decidiu entregar uma medalha de mérito municipal, por, entre outras ações, ter apoiado na totalidade a construção de uma casa destruída pelos incêndios e oferecido uma ambulância e outros equipamentos aos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão.
Jorge Mendes não esteve presente na cerimónia para receber a medalha, “por motivos profissionais de última hora”.
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