O combate ao incêndio que deflagra desde sexta-feira em Monchique tem sido dificultado pela intensidade e constantes mudanças de direção do vento e pela dificuldade de acesso dos meios terrestres ao terreno devido à densa vegetação existente, disse ainda a fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro (CDOS).
Há ainda outra zona preocupante para as autoridades, nas Caldas de Monchique, onde o fogo também está a lavrar “com muita intensidade”, acrescentou, referindo-se às termas, uma zona situada a cerca de quatro quilómetros da vila de Monchique e onde existem várias unidades hoteleiras, embora todas já tivessem sido evacuadas pelas autoridades no domingo.
Este foco de incêndio obrigou inclusivamente ao corte da Estrada Nacional 266, disse à Lusa fonte da GNR.
Esta estrada liga Monchique a Porto de Lagos, de onde depois se segue até Portimão, via Estrada Nacional 124.
A fonte do CDOS referiu também que cerca das 00:00 chegou a haver um corte de energia em Monchique, mas disse desconhecer a causa.
O fogo deflagrou na sexta-feira às 13:32 e estava a ser combatido, às 00:30, por 1.149 operacionais, apoiados por 363 viaturas, segundo dados da página da Autoridade Nacional de Proteção Civil. Com o cair da noite, os meios aéreos, que ultrapassaram a dezena durante o dia, deixaram de operar.
Cerca das 20:00 de segunda-feira, o segundo comandante operacional distrital da Proteção Civil de Faro, Abel Gomes, admitiu no ‘briefing’ aos jornalistas que o incêndio que pelo quarto dia lavra em Monchique voltou a agravar-se sendo o quadro geral da operação considerado “muito complexo”.
Segundo aquele responsável, os locais mais preocupantes são a zona da Fóia e o sítio da Cascalheira, ambos em Monchique, e a barragem de Odelouca, já no concelho de Silves.
O número de assistências médicas a pessoas na sequência do incêndio subiu para 95, dos quais, 66 são pessoas que apenas receberam assistência e 29 são feridos, todos ligeiros, acrescentou.
“A situação infelizmente alterou-se, tínhamos uma situação mais favorável e registaram-se várias projeções, as quais tiveram um comportamento bastante violento”, assumiu o segundo comandante operacional distrital da Proteção Civil de Faro, Abel Gomes.
Segundo o responsável, o quadro meteorológico “não é favorável”, porque vão manter-se temperaturas altas e a humidade relativa vai continuar baixa, o que fazia antever “uma noite dura de muito trabalho”.
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