"Não foi uma determinação de alguém, os motoristas que é decidiram [não cumprir os serviços mínimos]", salientou Pardal Henriques, em declarações aos jornalistas, em Aveiras de Cima, referindo, por isso, que não foi o advogado que determinou.
De acordo com o porta-voz, em Aveiras existem cerca de uma centena de motoristas que parou de trabalhar, dando a conhecer ainda que no Porto, em Sines e no Algarve, estão várias dezenas trabalhadores parados.
“Existe aqui, em Aveiras, muito próximo de uma centena de motoristas que parou hoje de manhã e que se foi juntando”, contou, lembrando que o incumprimento dos serviços mínimos acontece por “determinação das pessoas que assim o entenderam.
Sobre a requisição civil, Pardal Henrique disse que um eventual alargamento da mesma é acabar com o direito à greve.
“Ponderar aumentar esta requisição civil de forma mais abrangente é acabar completamente com o direito à greve, que é um dos poucos direitos que ainda restam aos trabalhadores”, sublinhou o porta-voz do SNMMP.
Pedro Pardal Henriques disse também que os motoristas têm sido tratados como “criminosos” pelo Governo e pelas empresas, que, segundo o qual, tentaram manipular a opinião pública.
“Estas pessoas são tratadas como criminosas pelo Governo, pelas empresas, tentando manipular a opinião pública das pessoas para tratá-los como criminosos. [Os motoristas] mostraram-se com grande indignação e disseram que se um dos colegas deles fosse preso não queriam fazer mais [cumprir os serviços mínimos]”, precisou Pardal Henriques, acrescentando: “Se é para ir um preso, então vamos todos presos”.
Sobre o ambiente de greve em Aveiras de Cima, a Lusa pôde constatar no local que é quase nula a saída de camiões-cisterna da Companhia Logística de Combustíveis (CLP), tendo saído cerca de 20 escoltados, entre as 15:30 e às 17:00, pelas forças de segurança.
Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o terceiro dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
Na terça-feira, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse que 14 trabalhadores não cumpriram a requisição civil decretada pelo Governo.
Hoje de manhã, o porta-voz do sindicato dos motoristas de matérias perigosas disse que os trabalhadores não vão cumprir serviços mínimos nem a requisição civil, em solidariedade para com os colegas que foram notificados por não terem trabalhado na terça-feira.
A greve que começou na segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
O ministro do Ambiente disse hoje que a decisão de alargar a requisição civil será tomada ao final do dia, indicando que a situação “mais preocupante” de incumprimento se regista em Aveiras de Cima, no distrito de Lisboa.
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