A apresentar a moção com que se recandidata ao cargo, no IX Congresso do PAN, a decorrer em Matosinhos, distrito do Porto, a deputada única do partido salientou que o país precisa “de um PAN unido pelas causas” e que se apresente como “uma alternativa política”, assente nos três pilares do partido, pessoas, animais e natureza.

Inês Sousa Real defendeu a necessidade de haver um “reposicionamento ideológico” do partido no que diz respeito à “economia, a economia verde, a transição energética que deve ocorrer mas também as políticas sociais” porque, defendeu “há um campo politico” em Portugal que “não está claramente ocupado e que o PAN tem a potencialidade de ocupar”.

“Fica muito claro nesta candidatura que queremos projetar o PAN como o partido ambientalista português, consolidando a nossa entrada nos European Greens mas também trabalhando para alcançarmos mais conquistas de relevância nestas matérias”, apontou a candidata.

Segundo a atual líder do PAN, a moção que lidera está “profundamente ligada com a alteração dos estatutos” do partido e parte de um contexto “muito diferente” do que imaginava: “As prioridades ambientais, de proteção animal ou os avanços ao nível social nos direitos humanos passaram para um plano muito pouco prioritário e até conturbado face ao contexto político dos últimos anos”, salientou.

Inês Sousa Real, que considerou que o PAN tem tido uma “postura construtiva” no panorama político e apontou os objetivos da moção que lidera.

Numa candidatura assente em três eixos, “internos, ideológicos e externos”, a candidatura da atual líder defende a criação de um conselho consultivo “para que efetivamente todo este valor humano” que tem sido “trabalhado pelo PAN não se perca”, um órgão que integrará representantes do PAN e personalidades da sociedade civil.

A criação de uma Juventude partidária é outra das propostas da moção, assim como a “promoção da formação continua”, criação de meios de auscultação e debates, apoio às estruturas e “incentivar o debate interno”, considerado por Sousa Real como “fundamental para o crescimento” do partido e “posicionamento ideológico do PAN enquanto partido progressista”.

A deputada referiu também a criação de um núcleo de imigração como uma das propostas da sua moção, salientando que “o PAN tem sido muito acarinhado nos resultados que tem tido fora da Europa e na Europa” mas que “até hoje nunca existiu uma figura que permitisse a representação na Comissão Política Nacional”.

Segundo Inês Sousa Real, a atual politica tem “sido uma política absolutamente devastadora para o ambiente”, explicando que por isso a sua candidatura “convoca as causas” do partido para o seu mote “para que assente em três áreas de trabalho” se possa “ampliar a voz e a representação do PAN”.

Para o final da apresentação, a candidata lembrou que o PAN é um partido “ecocentrico, um partido animalista, e que respeita profundamente os direitos humanos de todas as pessoas sem exceção” e que é nestas causas que se baseia a sua moção.

“Acreditamos que num sentido de união, mas acima de tudo de integridade das nossas causas, porque os bons resultados não se aferem apenas pelo resultado eleitoral, aferem-se acima de tudo por aquilo que é a capacidade de honrar o voto de confiança que os portugueses têm depositado no PAN”, salientou.

O PAN reúne hoje o IX Congresso para eleger uma nova liderança, à qual se candidatam a atual porta-voz, Inês de Sousa Real, e o ex-deputado Nelson Silva, sob o lema "A natureza que nos une".