Em comunicado, a Câmara de Tui adiantou que aquela inspeção visa dar cumprimento a um mandado judicial que prevê a remoção do material pirotécnico e explosivo que se encontra no interior das instalações da fábrica ilegal, com vista à demolição das 25 cabines existentes no complexo industrial.
Segundo a Câmara de Tui, estima-se que possam estar armazenados no interior da fábrica de pirotecnia 2.700 quilos de material pirotécnico e explosivo.
O processo de demolição hoje iniciado ocorre seis meses depois da explosão de um armazém clandestino de material pirotécnico na localidade de Paramos e Guillarei.
Na sequência daquela explosão morreram duas pessoas, 37 ficaram feridas, sendo que 31 casas foram totalmente destruídas e 300 danificadas, afetando um total de 800 pessoas.
O proprietário do armazém clandestino está em prisão preventiva desde a explosão, em maio passado. Além daquele armazém, Francisco Lameiro detém ainda uma fábrica de pirotecnia La Gallega, situada na localidade de Baldráns, onde hoje começou a inspeção.
O homem encontra-se indiciado pela prática dos crimes de homicídio por negligência, danos e lesões por negligência, risco de catástrofe e posse ilegal de explosivos.
Na operação hoje iniciada, com a presença de um familiar do proprietário, além dos TEDAX participaram efetivos da polícia local, dos bombeiros, o presidente da Câmara de Tui e o conselheiro de Segurança.
Segundo a Câmara de Tui, o tribunal fixou um prazo de 10 dias para a remoção do material explosivo, que termina na sexta-feira.
"Tudo parece indicar que os responsáveis pela remoção do material não vão conseguir cumprir o prazo. O presidente da Câmara de Tui comunicará ao tribunal todos os prazos que o processo venha a conhecer por razões alheias à vontade do município", adianta a nota.
No início do mês, o autarca Carlos Vázquez Padín levou um saco de entulho até Madrid para protestar contra a falta de apoio do Governo central para limpar os destroços da fábrica de pirotecnia que explodiu em maio.
"Queremos que o Governo [espanhol] assuma os seus compromissos e inicie a limpeza da zona afetada pela explosão", disse Carlos Vázquez Padín aos jornalistas à porta do Ministério da Política Territorial espanhol.
O autarca reclama que houve "vários compromissos verbais sobre a limpeza da zona e remoção dos escombros" feitas pelas autoridades nacionais.
"Já fizemos uma primeira parte do trabalho de remoção dos destroços" e também "entregámos, em setembro, um projeto de limpeza da zona", explicou.
"É fundamental que se inicie rapidamente a limpeza da zona para que na primavera se possa iniciar a reconstrução das casas destruídas", disse Carlos Vázquez Padín, que considerou a deslocação a Madrid com um saco de entulho da "zona zero" da explosão da fábrica como um "ato simbólico".
O autarca acusou ainda o Governo central espanhol de "falta de lealdade institucional" por não ter respondido a nenhuma carta ou correio eletrónico enviado pela Câmara Municipal de Tui.
"No início, o atraso de Madrid era justificado pela mudança de Governo [em 02 de junho último], mas agora essa justificação já é pouco válida", concluiu o presidente da autarquia.
O projeto de demolição daquela fábrica, elaborado pela Câmara de Tui, resulta de uma sentença do Tribunal Superior de Justiça que determinou, em 2015, a suspensão da atividade daquela unidade.
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