De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), entregue na segunda-feira na Assembleia da República, está previsto que o inquérito-piloto termine no início do próximo ano.

“Permitirá, após analise dos resultados, preparar o inquérito principal, com o objetivo de melhorar o conhecimento sobre a diversidade da população portuguesa, com enfoque na sua pertença/identificação étnica, trajetórias geracionais e condições de vida”, refere o documento.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) abriu candidaturas para o recrutamento de oito entrevistadores, onde refere que o início da recolha será ainda durante o mês de outubro.

De acordo com a informação disponível na página da internet do INE, a realização das entrevistas vai decorrer “em zonas inseridas nos municípios de Cascais, Lisboa, Loures, Sintra, Amadora, Odivelas e Seixal”.

Acrescenta que as freguesias onde irá decorrer o inquérito-piloto serão União das freguesias de Cascais e Estoril, Alvalade, Avenidas Novas, União das freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, União das freguesias de Agualva e Mira-Sintra, Águas Livres, União das freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto e Amora.

Este inquérito do INE surge depois de o organismo ter decidido não incluir no Censos 2021 uma pergunta sobre a origem étnico-racial dos cidadãos, como pretendia a maioria dos membros do grupo de trabalho criado em 2019 pelo Governo para avaliar a questão.

Na altura, o presidente do INE justificou a decisão com o facto de o Censos não ser o meio mais apropriado para a recolha dessa informação, já que são um recenseamento da população e não uma ferramenta para a sua classificação.

Francisco Lima anunciou na altura que o INE iria fazer um inquérito específico dedicado às questões da origem étnico-racial da população, na forma de uma operação piloto que poderia ser feita durante o segundo semestre de 2021, para não coincidir com a realização do Censos, que decorreu no primeiro semestre.