"A primeira data que me foi indicada foi 12 do mês passado e pedi para não ser, porque não estava no país, e apercebi-me que havia lógicas na marcação que não faziam sentido. Não havia uma lógica de roda do tempo. A atual legislatura tem uma situação de vir na parte final", afirmou Jorge Seguro Sanches, quando questionado pelo deputado do CDS-PP Hélder Amaral sobre as alterações no calendário das audições na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade.

Na reunião da mesa e coordenadores da comissão parlamentar de 14 de fevereiro, o deputado do BE Jorge Costa propôs uma alteração ao calendário previsto para que a audição do antigo secretário de Estado da Energia Jorge Seguro Sanches – e, consequentemente, do antigo ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral - acontecesse só depois da do presidente da EDP, António Mexia.

Sem responder à razão para querer ser ouvido depois de António Mexia, Jorge Seguro Sanches pediu desculpa, referindo que não quis "criar qualquer problema ou embaraço", adiantando que, para se redimir, está "disponível" para ser ouvido na comissão de inquérito parlamentar "as vezes que for necessário".

Na semana passada, o presidente da EDP desvalorizou a alteração ao calendário de audições da comissão de inquérito parlamentar às rendas aos produtores de eletricidade, considerando que "a alteração da ordem não pode ter impacto sobre a verdade dos factos".

Questionado pelo deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira sobre as razões que terão levado o antigo secretário de Estado Jorge Seguro Sanches a pedir a Jorge Costa para ser ouvido só depois, António Mexia disse que não fazia "a mínima ideia" das suas razões.

As alterações no calendário de audições da comissão de inquérito às rendas excessivas, propostas pelo BE e aprovadas pelo PS e PCP, foram então criticadas pela direita, com o PSD a acusar a maioria de fazer "um frete".

À agência Lusa, o deputado bloquista Jorge Costa justificou então esta proposta com a necessidade de "os trabalhos da comissão se encerrarem não apenas com os titulares da pasta governativa em funções (como previsto antes da remodelação), mas com todos os titulares da pasta na legislatura em funções, incluindo Seguro Sanches e Caldeira Cabral".

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